Relvas não considerou "relevante” informar Passos sobre mensagens de Silva Carvalho

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Foto: Enric Vives-Rubio

“Não considerei relevante. Pedro Passos Coelho era líder do PSD”, afirmou Miguel Relvas quando questionado, pela segunda vez, por parte do BE e do PCP, sobre se tinha informado o presidente do PS relativamente às mensagens que recebia de Jorge Silva Carvalho.

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“Não considerei relevante. Pedro Passos Coelho era líder do PSD”, afirmou Miguel Relvas quando questionado, pela segunda vez, por parte do BE e do PCP, sobre se tinha informado o presidente do PS relativamente às mensagens que recebia de Jorge Silva Carvalho.

As mensagens de Silva Carvalho com nomes de funcionários que deveriam ascender a dirigentes foram enviadas no período entre as eleições legislativas do ano passado e a tomada de posse do Governo.

Miguel Relvas notou, porém, que Silva Carvalho “não sugeriu” vir a ocupar o cargo de secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), sucedendo a Júlio Pereira. E acrescentou: “Eu não convidei, o Governo não convidou, comigo ele nunca se insinuou.”

Esta garantia foi dada depois de o deputado do PCP António Filipe ter recordado que Silva Carvalho, quando ouvido no Parlamento, recusou responder à questão sobre se tinha sido convidado pelo Governo para vir a ser secretário-geral das secretas.

Refira-se que na passada semana, Relvas disse ao PÚBLICO não ter “ideia” de ter recebido sms ou emails de Silva Carvalho, mas esta manhã, no Parlamento, ouvido pelos deputados da 1ª comissão, assumiu que recebeu informações do ex-director da secreta externa. Nomeadamente sms e um clipping de imprensa.

Na segunda ronda de questões, Relvas não respondeu novamente sobre se teve alguma vez consciência de que a informação do clipping poderia ter sido produzida no SIED ou na Ongoing. De acordo com o despacho de acusação do Ministério Público, estas resenhas de imprensa diárias eram feitas no SIED e enviados a Silva Carvalho por João Bicho, director geral adjunto da secreta, cuja actuação foi punida na passada semana com a sua exoneração dos serviços de informação.