Erros e má estratégia causam perdas brutais ao maior banco dos EUA

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Jamie Dimon, presidente executivo do JP Morgan, admite que poderá haver despedimentos de responsáveis pela situação do banco Keith Bedford/Reuters (arquivo)

As declarações do presidente executivo do banco, Jamie Dimon, foram ontem feitas ao final dia e foram para pedir desculpa pela estratégia de investimento seguida, nomeadamente na área do hedging.

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As declarações do presidente executivo do banco, Jamie Dimon, foram ontem feitas ao final dia e foram para pedir desculpa pela estratégia de investimento seguida, nomeadamente na área do hedging.

Em causa estiveram investimentos financeiros que envolveram títulos ligados aos créditos de alto risco, nomeadamente transacções de derivados de crédito (credit derivatives).

Dimon atribuiu estes prejuízos esperados de 2.000 milhões de dólares a “erros, negligência e má ponderação” e avisou que “as coisas podem piorar”. Os erros “são colocados por nós na categoria de flagrantes e compreendo completamente porque é que vocês ou qualquer pessoa nos coloquem em questão”, disse.

O CEO do JP Morgan reconheceu também que a estratégia do banco foi “ineficiente, pobremente monitorizada, pobremente construída e tudo isso”. E indicou ainda que algumas pessoas poderão perder os seus empregos, quando se determinar o que correu mal.

“Todas as acções correctivas apropriadas que sejam necessárias serão tomadas no futuro”, sublinhou, numa apresentação realizada ontem depois do fecho dos mercados.

As perdas previstas tiveram origem numa unidade de investimento do grupo, que levantou polémica quando os fundos de investimento acusaram o grupo de estar a aplicar dinheiro em grandes apostas realizadas com fundos próprios do grupo.

O mais curioso é que o CEO do banco sempre se declarou contra aquela que é conhecida como a “regra Volcker”, que deverá entrar em vigor nos Estados Unidos para impedir esses tipos de transacções.

As estratégias de risco ligadas a estas aplicações, realizadas com o dinheiro dos próprios bancos em vez de investimentos dos seus clientes, são consideradas como uma das grandes causas da crise financeira de 2008.

Notícia actualizada às 10h19 e às 16h52

Acrescentaram-se mais declarações do CEO do banco, informações sobre estratégia de investimento e a queda das acções do banco em Nova Iorque.