Despesa com juros tem "folga" de 200 milhões face ao previsto pela troika

Foto
Vítor Gaspar tem, agora, menos margem para enfrentar os impactos da recessão Foto: Nuno Ferreira Santos

No Orçamento do Estado Rectificativo (OER) de 2012, o Governo já tinha revisto em baixa a despesa com juros, cobrindo assim um desvio orçamental que exigiria, à partida, medidas adicionais. Mas, a julgar pela análise que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) faz entre o OER e o último relatório da troika sobre Portugal, num documento ontem distribuído aos deputados, ainda haverá uma "folga".

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

No Orçamento do Estado Rectificativo (OER) de 2012, o Governo já tinha revisto em baixa a despesa com juros, cobrindo assim um desvio orçamental que exigiria, à partida, medidas adicionais. Mas, a julgar pela análise que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) faz entre o OER e o último relatório da troika sobre Portugal, num documento ontem distribuído aos deputados, ainda haverá uma "folga".

Embora tanto o Governo como a troika prevejam o mesmo nível de despesa corrente, há uma diferença na composição. Enquanto a Comissão Europeia (CE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevêem que o Estado gaste cerca de 500 milhões de euros a mais em consumos intermédios (despesas de funcionamento dos serviços) e em prestações sociais (como subsídios de desemprego), a sua projecção sobre a despesa com juros, subsídios e outras despesas correntes é mais moderada do que a do Governo.

A principal diferença vem, precisamente, dos encargos com juros, em que o executivo está a contar gastar cerca de 200 milhões a mais do que a troika. Os técnicos do Parlamento salientam que esta rubrica tem sido "uma das mais revistas face ao OE 2012", sugerindo que pode haver aqui alguma folga orçamental.

Leia mais no PÚBLICO de hoje ou na edição online exclusiva para assinantes.