Investigação calcula que 10% dos homens tenha dificuldades de erecção

Foto
Disfunção eréctil existe também associada a factores psicológicos Foto: PÚBLICO

A investigação abrangeu 650 homens, numa amostra que se aproxima das características sócio-demográficas da população portuguesa.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A investigação abrangeu 650 homens, numa amostra que se aproxima das características sócio-demográficas da população portuguesa.

“São números consistentes com a generalidade dos estudos anteriores feitos em Portugal e noutros países, que oscilam entre os cinco e 10%», diz Pedro Nobre, psicólogo clínico e coordenador do SexLab. Foram classificados como sofrendo de disfunção eréctil os homens que responderam a questionários, realizados no ano passado, dizendo ter dificuldades de erecção em pelo menos metade das relações sexuais.

Este diagnóstico é uma primeira parte de um projecto que pretende depois avaliar homens com disfunção eréctil cujas causas sejam de tipo psicológico. “Há uma grande discussão em termo das causas, o mais comum é que existam causas médicas e psicológicas mas há situações em que não se encontram causas médicas objectivas”. Pedro Nobre fala do que designa de “disfunção eréctil situacional, são homens que, em algumas situações, não conseguem a erecção”.

As causas médicas mais frequentes são a diabetes, causas cardiovasculares, mas também o efeito de medicação contra a hipertensão e a depressão pode originar disfunção.

O investigador nota que existem estudos sobre a eficácia de fármacos usados na disfunção eréctil mas escasseiam os estudos sobre a eficácia dos tratamentos de psicoterapia. E é este o objectivo do projecto para o qual procuram 20 voluntários entre os 18 e 40 anos com o diagnóstico de disfunção eréctil devido a factores psicológicos (dificuldades de erecção sem causa médica associada). Numa segunda fase, o SexLab vai oferecer mais 90 tratamentos (www.ua.pt/sexlab).

Pedro Nobre lamenta que a rede pública de consultas de terapia sexual seja “infelizmente escassa e centrada apenas nos hospitais centrais de Lisboa, Porto e Coimbra”.

Os voluntários receberão tratamento psicológico durante um período de três meses, sendo avaliados no início, durante e no final da intervenção.