Florbela

Depois de "Quinze Pontos na Alma" (2011), Vicente Alves do Ó reincide com "Florbela" no seu cinema fetichista do grande gesto romântico, da evocação grandiosa do melodrama clássico. Desta vez, aplica-o à figura da poetisa Florbela Espanca, evocando de modo livre o seu casamento com o médico Mário Lage e a sua relação de comunhão com o irmão Apeles. E louve-se o desejo de resgatar esse melodrama do amor impossível das garras televisivas, ao mesmo tempo que se lamente que fique tão aquém do modelo que quer seguir, reduzindo a personagem da poetisa a mero arquétipo telenovelesco da “artista infeliz” cujas vivências dolorosas alimentam directamente a sua arte. Florbela perde-se no mais puro decorativismo visual demonstrado às três pancadas, numa confusão diabólica entre forma e substância que desbarata uma boa ideia numa série de gestos inconsequentes e formalistas, que confirma que Vicente Alves do Ó se deixa levar para “fora de pé” pelo seu desejo sôfrego de cinema.

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Depois de "Quinze Pontos na Alma" (2011), Vicente Alves do Ó reincide com "Florbela" no seu cinema fetichista do grande gesto romântico, da evocação grandiosa do melodrama clássico. Desta vez, aplica-o à figura da poetisa Florbela Espanca, evocando de modo livre o seu casamento com o médico Mário Lage e a sua relação de comunhão com o irmão Apeles. E louve-se o desejo de resgatar esse melodrama do amor impossível das garras televisivas, ao mesmo tempo que se lamente que fique tão aquém do modelo que quer seguir, reduzindo a personagem da poetisa a mero arquétipo telenovelesco da “artista infeliz” cujas vivências dolorosas alimentam directamente a sua arte. Florbela perde-se no mais puro decorativismo visual demonstrado às três pancadas, numa confusão diabólica entre forma e substância que desbarata uma boa ideia numa série de gestos inconsequentes e formalistas, que confirma que Vicente Alves do Ó se deixa levar para “fora de pé” pelo seu desejo sôfrego de cinema.