Estudantes de Medicina e preocupados com o stress laboral

Um grupo de alunos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto lançou uma campanha que alerta para o stress laboral

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O docente Carlos Portinha e alunos da cadeira de Medicina Preventiva I da Universidade do Porto Fernando Veludo/nFactos

“Nos momentos de maior pressão, respira fundo e sorri”. Esta frase pode ser vista a passar nos monitores das estações do metro do Porto. Quem a lê, identifica-se. Em alturas de regresso a casa, após um dia de trabalho (ou à procura dele), o stress é um passageiro habitual. A frase faz parte de um vídeo criado por um grupo de alunos da cadeira de Medicina Preventiva I da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que realizou um projecto sobre o stress laboral.

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“Nos momentos de maior pressão, respira fundo e sorri”. Esta frase pode ser vista a passar nos monitores das estações do metro do Porto. Quem a lê, identifica-se. Em alturas de regresso a casa, após um dia de trabalho (ou à procura dele), o stress é um passageiro habitual. A frase faz parte de um vídeo criado por um grupo de alunos da cadeira de Medicina Preventiva I da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que realizou um projecto sobre o stress laboral.

“Qual é o teu stress?” é o nome do vídeo e do site desenvolvido para fazer a mensagem chegar a mais pessoas. Objectivo: sensibilizar para o stress. Esta ideia é, na verdade, a continuação de um trabalho académico sobre educação para a saúde, que teve bons resultados. Os universitários realizaram mesmo uma palestra na empresa Águas de Valongo com o propósito de informar os funcionários e também os administradores sobre esta temática.

“Percebemos, com um diagnóstico, que as pessoas não estavam muito cientes das consequências do stress”, salienta Verónica Cabreira, de 19 anos, uma das alunas responsáveis pela iniciativa. “Após a palestra, verificamos, através de um teste, que as pessoas aprenderam mais” sobre o stress laboral, revela, por sua vez, João Madureira.

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Fernando Veludo/nFactos

Aprender a lidar com o que nos perturba

O professor explica o burn out provocado pelo stress

Mas, afinal, o que é o stress? “É a forma como nós reagimos às situações”, responde o docente Carlos Portinha, que acompanhou os alunos ao longo do trabalho.

João Madureira, Verónica Cabreira e Carlos Portinha deixam uma mensagem final e alguns conselhos para quem sofre de stress

“As reacções variam de pessoa para a pessoa”, explica. Contudo, o mais importante é “identificar os factores de stress”. Cada um deve tentar afastar aquilo que o perturba e fazer algo de que goste. “Ter amigos, daqueles do peito, é muito importante”, destaca.
O ambiente e a quantidade de trabalho, a exigência e os horários são algumas das principais causas do stress laboral.

Catarina Marques, de 22 anos, fala sobre os problemas que o stress lhe causou

“Um licenciado em Comunicação Social, que trabalha numa loja de roupa, sente que as exigências que lhe colocam não estão ao nível daquilo que ele pretendia”, exemplifica, como uma outra situação geradora deste problema.

A jovem deixa alguns conselhos para ultrapassar o stress

No stress, atinge-se, por vezes, o chamado estado “burnout”. “Há pessoas que vão abaixo, atingem o limite e têm consciência disso e outras que não”, reitera. É o caso de Catarina Marques, de 22 anos, que esteve até ao final de 2011 envolvida na organização de um congresso. Logo após este evento, que lhe deu bastante trabalho e pelo qual tinha bastante responsabilidade, sentiu-se mal e teve de ir ao médico. “Acho que foi stress acumulado e cansaço”, confessa.

Carlos Portinha, docente de Medicina Preventiva, explica que existem dois tipos de stress

Prevenir, antes de ter de remediar

As consequências são várias e podem ser tanto físicas como emocionais. Pensa-se muito no emocional, no nervosismo, mas existem muitas reacções: “Alterações gastrointestinais, problemas cardiovasculares, adopção de comportamentos de risco (alcoolismo, tabagismo, drogas), ansiedade”, nomeia Carlos Portinha.

O docente alerta que “mais vale prevenir que remediar” e que, para isso, são importantes iniciativas como a que foi criada. Compete às empresas criarem melhores condições para os trabalhadores e ajustar as cadeias de trabalho. “Deve-se pensar nele. Quando se planeia uma empresa, pensar que ele vai existir”, explica.

Os alunos pretendem manter o site activo e actualizá-lo com nova informação sobre este tema.