Estrada de Palha

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À medida que a música avança, esse poiso de aura milagreira deixa, no entanto e felizmente, de se parecer obrigatoriamente com um “saloon” manhoso ou uma casa na pradaria, e toma por vezes a forma de (por ordem decrescente de improbabilidade) uma isolada tasca transmontana, um pardieiro qualquer numa ruela de Nápoles ou até um inesperado luau com direito a colarzinho de flores e copo de daiquiri. Aquilo que Rita Redshoes e Legendary Tiger Man perseguem nesta ilustração sonora do filme de Rodrigo Areias leva-os para longe de Ennio Morricone e encontra um natural ponto de tangência em que se tocam os universos individuais fortemente ancorados na cultura musical norte-americana - ela mais folk e country, ele mais blues e rock. É fácil identificar sombras de Ry Cooder nas guitarras áridas e nas harmónicas tocadas como se fossem comboios de passagem, mas não custa descobrir ecos de Bob Brozman, Neil Young para o “Homem Morto” de Jarmusch, Bill Frisell, Lee Hazlewood ou até um ligeiro travo à música “bandolineira” napolitana. Com um ponto em comum: necessidade de espaço e tempo distendido. E um único senão: apetece mais.

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À medida que a música avança, esse poiso de aura milagreira deixa, no entanto e felizmente, de se parecer obrigatoriamente com um “saloon” manhoso ou uma casa na pradaria, e toma por vezes a forma de (por ordem decrescente de improbabilidade) uma isolada tasca transmontana, um pardieiro qualquer numa ruela de Nápoles ou até um inesperado luau com direito a colarzinho de flores e copo de daiquiri. Aquilo que Rita Redshoes e Legendary Tiger Man perseguem nesta ilustração sonora do filme de Rodrigo Areias leva-os para longe de Ennio Morricone e encontra um natural ponto de tangência em que se tocam os universos individuais fortemente ancorados na cultura musical norte-americana - ela mais folk e country, ele mais blues e rock. É fácil identificar sombras de Ry Cooder nas guitarras áridas e nas harmónicas tocadas como se fossem comboios de passagem, mas não custa descobrir ecos de Bob Brozman, Neil Young para o “Homem Morto” de Jarmusch, Bill Frisell, Lee Hazlewood ou até um ligeiro travo à música “bandolineira” napolitana. Com um ponto em comum: necessidade de espaço e tempo distendido. E um único senão: apetece mais.