“Infelizmente Angela Merkel tem razão sobre a Madeira”, lamenta o PS

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PS quer mais dinheiro para as empresas e menos para obras públicas "desnecessárias" Foto: Rui Gaudêncio

Embora ache que a chanceler alemã “não vá ficar na História como alguém que esteve à altura do momento que a Europa vive”, Victor Freitas em declarações ao PÚBLICO, disse subscrever o seu entendimento em relação aos fundos comunitários. Comprova-o, afirma, “a grave crise que a região atravessa e o facto de na Europa só dois governos terem escondido dívidas, o grego e o desta região”. Por isso, o novo líder do PS na Madeira defende “a necessidade de afectar o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) às pequenas e medias empresas para aumentar postos de trabalho e a competitividade da economia”, deixando de “canalizar esses fundos comunitários para obras públicas desnecessárias”.

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Embora ache que a chanceler alemã “não vá ficar na História como alguém que esteve à altura do momento que a Europa vive”, Victor Freitas em declarações ao PÚBLICO, disse subscrever o seu entendimento em relação aos fundos comunitários. Comprova-o, afirma, “a grave crise que a região atravessa e o facto de na Europa só dois governos terem escondido dívidas, o grego e o desta região”. Por isso, o novo líder do PS na Madeira defende “a necessidade de afectar o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) às pequenas e medias empresas para aumentar postos de trabalho e a competitividade da economia”, deixando de “canalizar esses fundos comunitários para obras públicas desnecessárias”.

“Se a credibilidade do governo de Alberto João Jardim já anda pelas ruas da amargura no próprio arquipélago e regista níveis muito baixos no país, agora, com estas declarações da chanceler alemã, e depois do desvio colossal, atinge patamares internacionais como exemplo de má governação”. E isto, lamenta Victor Freitas, “tem custos para a imagem de Portugal e da própria Madeira que podem afectar o nosso relacionamento com os mercados e, ainda, ter reflexos negativos para o nosso turismo”.~

Posição diferente tem o deputado madeirense Guilherme Silva que considera de mau gosto as críticas da chanceler alemã à Madeira. "Acho que, dentro do princípio das Relações Internacionais, é de menos bom gosto uma referência a uma situação interna de um país e a um território de um país da União Europeia (UE)", afirmou em declarações à Lusa.

Para o deputado do PSD, as críticas não fazem sentido, já que "as verbas dos fundos estruturais não podem ser aplicadas a não ser nas obras, projectos e actividades que mereçam a aprovação da União Europeia e que os regulamentos o permitam, sob pena de o país ou regiões que recebem esses fundos terem de os restituir com penalizações -- e às vezes bem pesadas -- e com perda de fundos futuros". No entanto, sublinhou, "nada disso aconteceu na Região Autónoma da Madeira".

Na opinião do líder regional do CDS/PP, José Manuel Rodrigues, a chanceler alemã tem “parcialmente razão” nas críticas ao criticar a forma como a Madeira aplicou os fundos europeus, já que não os canalizou para sectores produtivos. “Numa primeira fase, a Madeira aproveitou muito bem os fundos europeus, sobretudo para satisfazer as condições básicas de vida da população, em termos de habitação, água, luz, saneamento básico e de rede viária”, lembrou o também deputado à Assembleia da República.

“Mas, numa segunda fase, deveria ter canalizado os fundos europeus para os sectores produtivos como a agricultura, as pescas, as indústrias transformadoras, o comércio e o turismo e continua a fazer investimento e obras públicas, muitas delas desnecessárias”, referiu. É por isso, conclui, que a Madeira “chegou a esta situação, em que não gera receitas ou gera um terço das receitas necessárias para a sua própria despesa”.