Álvaro Domingues faz o funeral da ruralidade

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Esse foi o primeiro livro de uma trilogia do geógrafo Álvaro Domingues, que há-de acabar, em 2013, com uma outra viagem a que já deu o nome de "Volta a Portugal". Antes desse terceiro volume inspirado na famosa prova de ciclismo, o docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto deixou-se perder pela "Vida no Campo". Trata-se de um daqueles títulos enganadores, a puxar pelo bucolismo, coisa que, em Álvaro Domingues, esbarra na esquina de um qualquer parágrafo de prosa, sem direito a piquenique ou fedor a bosta. O mundo rural é uma saudade, e "a questão é que o luto, enquanto processo de esquecimento, é constantemente perturbado pela presença do morto", ler-se-á a dado momento. Mas nada de chorá-lo, que Domingues faz este funeral à moda antiga, com foto do cadáver em urna e tudo. Coisa normal num observador que anda sempre de máquina em "stand-by", apanhando o país de calças na mão, nas poses mais inesperadas, e legando, em cada obra que escreve, imagens que, por vezes, quase dispensariam palavras. Algumas são de fazer chorar, outras impelem-nos a rir, para disfarçar as lágrimas que lavariam este nosso "mau viver pelo abandono e despovoamento" de uma boa parte de Portugal.

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Esse foi o primeiro livro de uma trilogia do geógrafo Álvaro Domingues, que há-de acabar, em 2013, com uma outra viagem a que já deu o nome de "Volta a Portugal". Antes desse terceiro volume inspirado na famosa prova de ciclismo, o docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto deixou-se perder pela "Vida no Campo". Trata-se de um daqueles títulos enganadores, a puxar pelo bucolismo, coisa que, em Álvaro Domingues, esbarra na esquina de um qualquer parágrafo de prosa, sem direito a piquenique ou fedor a bosta. O mundo rural é uma saudade, e "a questão é que o luto, enquanto processo de esquecimento, é constantemente perturbado pela presença do morto", ler-se-á a dado momento. Mas nada de chorá-lo, que Domingues faz este funeral à moda antiga, com foto do cadáver em urna e tudo. Coisa normal num observador que anda sempre de máquina em "stand-by", apanhando o país de calças na mão, nas poses mais inesperadas, e legando, em cada obra que escreve, imagens que, por vezes, quase dispensariam palavras. Algumas são de fazer chorar, outras impelem-nos a rir, para disfarçar as lágrimas que lavariam este nosso "mau viver pelo abandono e despovoamento" de uma boa parte de Portugal.

O problema é que a crise não está para grandes reflexões - e nós a pensar que seria ao contrário - e, estando já mais do que pronta, a "Vida no Campo" procura os primeiros 500 subscritores para uma pré-encomenda que garantirá a sua edição física em Março, na colecção "Equações da Arquitectura" da Dafne Editora. Os interessados que passarem pelo sítio http://alvarodomingues.net/ e subscreverem a proposta recebem o livro numerado, com desconto e já assinado pelo autor, dispensando-se assim às longas filas para o autógrafo da praxe no dia do lançamento.