Austrália aprova taxa de carbono para os maiores poluidores

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Na Austrália, as emissões de CO2 por habitante estão entre as mais elevadas do mundo Daniel Munoz/Reuters

O documento do Governo minoritário da trabalhista Julia Gillard – líder de uma coligação que inclui os “Verdes” e três deputados independentes – foi adoptado por 74 votos contra 72. “Hoje é um dia importante para os australianos e para os australianos do futuro que quiserem ter um Ambiente melhor”, declarou a primeira-ministra Gillard.

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O documento do Governo minoritário da trabalhista Julia Gillard – líder de uma coligação que inclui os “Verdes” e três deputados independentes – foi adoptado por 74 votos contra 72. “Hoje é um dia importante para os australianos e para os australianos do futuro que quiserem ter um Ambiente melhor”, declarou a primeira-ministra Gillard.

Se, em Novembro, a Câmara alta confirmar este resultado da votação, os maiores poluidores deverão pagar uma taxa pelo dióxido de carbono que emitirem, a partir de 1 de Julho de 2012. Cerca de 500 empresas estarão abrangidas. A partir de 2015, esta taxa – fruto de um compromisso entre os trabalhistas e os “Verdes” – cederá o lugar a um sistema de comércio de emissões na Ásia-Pacífico, a preços variáveis, fixados pelo mercado.

A Austrália, cujas emissões de CO2 por habitante estão entre as mais elevadas do mundo, tenta há muito tempo criar uma taxa para os poluidores ou um sistema de comércio de licenças de emissão. Mas todas as tentativas anteriores fracassaram.

A taxa é fortemente criticada pela oposição conservadora, que acusa o instrumento de ser ineficaz, destruidor de empregos e de causar um aumento do custo de vida dos australianos. Depois da votação, o líder da oposição, Tony Abbott, já garantiu que, se formar Governo vai rejeitar a taxa de carbono, noticia hoje a estação de televisão australiana ABC. Vários grupos industriais também já avisaram que vão continuar a combater este projecto.

Mas as associações de defesa do Ambiente têm opinião contrária. “Hoje, os nossos deputados disseram ‘sim’ à promoção de uma economia mais forte, ‘sim’ à criação de empregos nas indústrias limpas e ‘sim’ à luta pela protecção da nossa vida selvagem”, disse Dermot O’Gorman, director da organização WWF na Austrália.