Siemens anuncia abandono da indústria nuclear

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A Siemens quer tornar-se um grupo pioneiro das energias verdes Wolfgang Rattay/Reuters

“Para nós, este é um capítulo que foi fechado”, garantiu Loescher, anunciando que a empresa vai deixar de construir centrais nucleares.

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“Para nós, este é um capítulo que foi fechado”, garantiu Loescher, anunciando que a empresa vai deixar de construir centrais nucleares.

Esta decisão é uma resposta “à posição da sociedade alemã e aos decisores que decretaram o fim do nuclear” no país e ainda ao acidente nuclear de Fukushima, no Japão, em Março, explicou o responsável à revista. “Isso mudou as coisas para nós na Siemens”, admitiu.

“No futuro vamos continuar a fornecer peças convencionais, como as turbinas. Isso significa que nos vamos concentrar em tecnologias que não sirvam só para o nuclear mas que também sejam necessárias em centrais a gás ou a carvão”, precisou.

Loescher enterra, definitivamente, o projecto de parceria com o grupo russo Rosatom, na área do nuclear, que tinha sido anunciado em Março de 2009. Tal projecto “não se vai concretizar”. Loescher explicou que “os dois grupos continuam interessados numa parceria, mas num outro domínio”.

No final de Março, o Governo alemão decidiu parar imediatamente os reactores nucleares mais antigos do país, condenando os restantes a funcionar apenas até 2022. A Siemens pretende beneficiar desta nova política do Governo alemão, enquanto fornecedor de turbinas para o gás natural e materiais para a energia eólica e solar. O seu objectivo é transformar-se num grupo pioneiro das energias “verdes”.