A Viagem do Director

Há dois filmes à luta na longa do israelita Eran Riklis - o primeiro (e melhor) é uma investigação em marcha atrás, que segue o responsável do pessoal de uma panificadora de Jerusalém a tentar perceber o que aconteceu para uma ex-empregada, imigrante de Leste, ter morrido num ataque bombista sem que ninguém tenha sabido do caso. O segundo, contudo, é muito menos interessante e, infelizmente, ocupa a maior parte do filme: conta a viagem do responsável à Roménia para acompanhar o repatriamento do caixão, misto de acto de contrição e manobra de relações públicas, em tom de comédia negra truculenta-balcânica à Kusturica, mas desenhada a traço grosso e caindo nos exactos estereótipos étnicos que "A Viagem do Director" faz tanta questão de denunciar. Há, felizmente, o espantoso Mark Ivanir no papel principal, numa interpretação que sustenta o filme quase sem esforço e consegue mantê-lo à tona de água mesmo quando Eran Riklis o deixa afundar-se no lamaçal das suas boas intenções.

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Há dois filmes à luta na longa do israelita Eran Riklis - o primeiro (e melhor) é uma investigação em marcha atrás, que segue o responsável do pessoal de uma panificadora de Jerusalém a tentar perceber o que aconteceu para uma ex-empregada, imigrante de Leste, ter morrido num ataque bombista sem que ninguém tenha sabido do caso. O segundo, contudo, é muito menos interessante e, infelizmente, ocupa a maior parte do filme: conta a viagem do responsável à Roménia para acompanhar o repatriamento do caixão, misto de acto de contrição e manobra de relações públicas, em tom de comédia negra truculenta-balcânica à Kusturica, mas desenhada a traço grosso e caindo nos exactos estereótipos étnicos que "A Viagem do Director" faz tanta questão de denunciar. Há, felizmente, o espantoso Mark Ivanir no papel principal, numa interpretação que sustenta o filme quase sem esforço e consegue mantê-lo à tona de água mesmo quando Eran Riklis o deixa afundar-se no lamaçal das suas boas intenções.