"The Book of Mormon" vence nove de catorze Tony

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Andrew Rannels interpreta "I Believe" do músical vencedor "The Book of Mormon" Reuters

Foi sem surpresa que, arrecadando nove dos catorze prémios, em treze categorias, para que estava nomeada, a produção "The Book of Mormon" foi a principal vencedora da cerimónia dos Tony, no domingo à noite, em Nova Iorque, EUA. A verdadeira surpresa tinha acontecido em Março, quando esta criação inesperada dos autores da série de desenhos animados "South Park", Trey Parker e Matt Stone, fez reviver as grandes noites da Broadway em época de crise para as artes do palco.

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Foi sem surpresa que, arrecadando nove dos catorze prémios, em treze categorias, para que estava nomeada, a produção "The Book of Mormon" foi a principal vencedora da cerimónia dos Tony, no domingo à noite, em Nova Iorque, EUA. A verdadeira surpresa tinha acontecido em Março, quando esta criação inesperada dos autores da série de desenhos animados "South Park", Trey Parker e Matt Stone, fez reviver as grandes noites da Broadway em época de crise para as artes do palco.

Trata-se de um espectáculo escatológico e mordaz sobre os mórmons, a mais "esquezitóide" (weirdo) das religiões (ver texto na PÚBLICA de anteontem), que encena a viagem de dois jovens missionários ao Uganda para aí "venderem" a sua mensagem.

"Fizemos isto porque todos nós, secretamente, queríamos ter uma grande e feliz família mórmon, e agora temo-la", disse Trey Parker quando subiu ao palco do Beacon Theater para receber um dos quatro prémios que lhe foram destinados (melhor musical, melhor encenação, melhor libreto e melhor música).

A melhor peça foi "War Horse", um espectáculo de marionetas que Nick Stafford adaptou a partir de um romance de 1982 (ver caixa). A peça venceu cinco Tony (mais melhor encenação, para Marianne Elliot e Tom Morris, e ainda melhores desenho de cena e de luz, e som).

No palmarés destinado à remontagem (revival), o vencedor foi "The Normal Heart", de Larry Kramer, uma peça sobre a sida, que, inesperadamente, regressou à Broadway depois da estreia em 1985. Entre os três Tony que recebeu está o de melhor actriz para Ellen Barkin que, aos 57 anos, disse, no Beacon Theater, estar a viver "o momento de maior orgulho" da sua carreira. A actriz do filme "Perigosa Sedução" (onde contracenava com Al Pacino, curiosamente considerado um dos derrotados da noite pelo esquecimento do seu "O Mercador de Veneza") acrescentou ainda que o trabalho em "The Normal Heart" a tinha transformado, "não tanto como actriz, mas mais como ser humano".

Entre os distinguidos esteve Frances McDormand, pelo papel de mãe solteira em "Good People", que lhe valeu o primeiro Tony.

A remontagem do musical "Anything Goes" saiu da cerimónia, apresentada pelo actor Neil Patrick Harris, com três estatuetas das oito para as quais tinha sido nomeada.

O musical "How to succeed in Business without really trying", interpretado por Daniel "Harry Potter" Radcliffe que continua a tentar, sobre os palcos, atenuar a associação da sua imagem à saga baseada na personagem criada por J.K. Rowling, venceu apenas na categoria de melhor actor secundário para John Larroquette, que assim regressou à Broadway.

A direcção musical da cerimónia esteve a cargo de Bono e The Edge. Dois músicos, brincou o primeiro, que chegaram a "ser famosos" quando estavam nos U2...

Notícia corrigida às 11h32