Governo japonês equaciona retirar mais pessoas em redor de Fukushima

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Alguns dos habitantes de Minamisoma já estão dispostos a abandonar a cidade Foto: Yuriko Nakao/Reuters

Esta tomada de posição surge depois de ter sido detectada em algumas zonas das cidades de Date e Minamisoma níveis de exposição à radioactividade que excedem os 20 millisieverts por ano, limite definido pelo Governo, noticia hoje a estação de televisão japonesa NHK. Estas cidades localizam-se fora da actual área de evacuação, num raio de 20 quilómetros.

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Esta tomada de posição surge depois de ter sido detectada em algumas zonas das cidades de Date e Minamisoma níveis de exposição à radioactividade que excedem os 20 millisieverts por ano, limite definido pelo Governo, noticia hoje a estação de televisão japonesa NHK. Estas cidades localizam-se fora da actual área de evacuação, num raio de 20 quilómetros.

De acordo com o autarca de Minamisoma, Katsunobu Sakurai, a população está preocupada com a situação e alguns habitantes afirmaram estar preparados para abandonar a cidade.

Mas não são os únicos preocupados. Segundo o jornal japonês “Mainichi”, os moradores na área metropolitana de Tóquio também dão conta da sua preocupação com os níveis de radiação libertados pela central, danificada desde o sismo e tsunami de 11 de Março. Na província de Chiba – onde foram detectados níveis de radioactividade acima do limite legal em vegetais produzidos localmente -, seis cidades pediram a constante monitorização aos níveis de radioactividade no solo. Medidas semelhantes estão a ser tomadas nas províncias vizinhas de Kanagawa e Saitama, avança aquele jornal.

Ontem, o Governo anunciou terem sido detectados níveis de radioactividade em onze locais fora da zona de evacuação em redor de Fukushima. O estrôncio 89 e 90 poderão aumentar as probabilidades de cancro nos ossos e leucemia. Ainda assim, o Ministério da Ciência e Educação garantiu que os níveis detectados são mínimos e não representam ameaças para a saúde humana.

Greenpeace alerta para ameaça de Fukushima à saúde das crianças

A organização ecologista Greenpeace pediu hoje ao Japão para retirar crianças e grávidas da cidade de Fukushima, situada a 60 quilómetros da central com o mesmo nome, por causa dos elevados níveis de radioactividade.

Em conferência de imprensa, a organização pediu ao Governo "que ajude financeira e logisticamente a retirada rápida de grávidas e crianças que vivam nas zonas altamente radioactivas e proceda a uma limpeza completa dos locais contaminados", citou a agência AFP.

Jan Beranek, responsável pela campanha contra o nuclear na organização, considerou que o rio de 20 quilómetros em redor da central de Fukushima é insuficiente.