Passos dá prioridade a criação de uma autoridade orçamental independente

Foto
Passos fala da necessidade de ser transparente face ao mercado Daniel Rocha

Passos Colho assumiu esta posição numa entrevista ao jornal económico francês Les Echos, publicada ontem à tarde, onde, lhe foi perguntado “em que medida pretende ‘ir mais longe’ do que o acordo concluído a 5 de Maio com a União Europeia e o FMI”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Passos Colho assumiu esta posição numa entrevista ao jornal económico francês Les Echos, publicada ontem à tarde, onde, lhe foi perguntado “em que medida pretende ‘ir mais longe’ do que o acordo concluído a 5 de Maio com a União Europeia e o FMI”.

Em resposta, falou na necessidade de ser transparente face ao mercado e disse que a primeira medida será “a criação de uma autoridade orçamental independente do Governo”, tal como já estava previsto há vários meses que acontecesse.

A criação de uma entidade deste tipo estava prevista no acordo que o PSD fez com o Governo do PS com vista à aprovação do Orçamento do Estado para 2011, então designada de “Conselho das Finanças Públicas”, bem como no programa eleitoral do PSD e no acordo para a obtenção de assistência financeira de emergência assinado com a troika.

No seu programa, os sociais-democratas comprometem-se de novo em proceder “à reforma do processo orçamental e do sistema de controlo orçamental com carácter de urgência”, dando “máxima prioridade” à criação do Conselho das Finanças Públicas.

Uma versão de Estatutos do Conselho das Finanças Públicas, elaborados por um grupo de trabalho constituído por António Pinto Barbosa, Teodora Cardoso e João Loureiro, foi inclusive publicada pelo Ministério das Finanças a 6 de Abril, prevendo-se que fosse constituído por cinco membros, dos quais pelo menos dois tinham de ser portugueses e pelo menos dois de outros Estados-membros da União Europeia, a nomear por decisão conjunta do Banco de Portugal e do Tribunal de Contas.

Este figurino vai ao encontro do que Passos Coelho disse na entrevista àquele jornal francês: “Esta nova autoridade será criada por duas instituições portuguesas independentes, que são o Banco de Portugal e o Tribunal de Contas. Será composta por personalidades independentes, incluindo estrangeiros, para ser totalmente sobre a consolidação orçamental, mas também sobre as finanças das empresas detidas pelo Estado, as regiões e as cidades”.