Sócrates demite-se de líder do PS e recusa novo cargo político

Fotogaleria

Já não há dúvidas que o PSD ganhou as eleições sem maioria absoluta, mas essa maioria pode ser obtida com os votos juntos do PSD e CDS.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Já não há dúvidas que o PSD ganhou as eleições sem maioria absoluta, mas essa maioria pode ser obtida com os votos juntos do PSD e CDS.

José Sócrates, pelas 21h20 deste domingo, quando já estavam apuradas mais de 80 por cento das freguesias, assumiu a derrota e apresentou a demissão de secretário-geral dos socialistas.

“Não me escondo atrás das circunstâncias. Esta derrota é minha e é chegado o momento de abrir um novo ciclo político no PS”.

José Sócrates assegurou ainda que se vai manter como militante de base, assegurando que não assumirá qualquer cargo político, nomeadamente o de deputado. “Não quero condicionar a futura liderança do PS”, afirmou o ainda secretário-geral do PS.

“Regresso à condição de militante de base. Deixarei a primeira linha da actividade política e não pretendo ocupar qualquer cargo político”, salientou.

Sócrates recusou-se também a falar num nome para o seu sucessor como secretário-geral do PS, afirmando que o seu voto vale apenas um voto.

Sócrates revelou ter já pedido ao presidente do PS, Almeida Santos, para que convoque com urgência a Comissão Nacional dos socialistas, de forma a que seja marcado um congresso extraordinário, tendo em vista eleger uma nova direcção.

António José Seguro, apontado como um possível sucessor de Sócrates, recusou-se para já a fazer qualquer declaração.

Durante o seu discurso, o ainda líder do PS revelou que já tinha telefonado para Passos Coelho a felicita-lo pela vitória. E acrescentou: “Desejo sinceramente o que desejaria para mim próprio e para qualquer outro que os portugueses escolhessem neste tempo de dificuldades. Desejo que encontre no fundo de si mesmo a sabedoria, a prudência e o sentido de justiça para liderar este país.”

Sócrates voltou a manifestar a disponibilidade do PS “para o diálogo e o entendimento” para resolver a crise em que Portugal se encontra. “Nunca o país precisou tanto de diálogo e de compromisso e isso não mudou com o resultado das eleições. Reafirmo portanto a disponibilidade do PS para o diálogo e para os compromissos e entendimentos que, em coerência com o seu projecto, sejam necessários para que o país possa atravessar esta crise que atravessamos”, afirmou.

“Os votos do PS estarão como sempre ao serviço de Portugal”, acrescentou José Sócrates.

Sócrates agradeceu a todos os socialistas e portugueses que sempre estiveram com o PS e com o Governo e salientou o trabalho feito por todos na campanha eleitora.

Já no período de perguntas e respostas, o ainda secretário-geral socialista teve de pedir calma aos militantes para ouvir as perguntas dos jornalistas, já que por duas vezes foram assobiados pelos presentes.

Notícia actualizada às 23h43