PCP e Bloco concorrem às eleições "cada qual na sua bicicleta", diz Jerónimo de Sousa

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Jerónimo de Sousa insistiu que o cenário de uma coligação pós-eleitoral com o BE “não está colocado” Daniel Rocha

Questionado pelos jornalistas à margem de uma conferência de imprensa para apresentar propostas do PCP para fazer face ao endividamento, Jerónimo de Sousa insistiu que o cenário de uma coligação pós-eleitoral com o BE “não está colocado”, afirmando que o partido desenvolverá “todos os esforços para a convergência”, mas sublinhou que este encontro deve ser entendido “como um processo”.

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Questionado pelos jornalistas à margem de uma conferência de imprensa para apresentar propostas do PCP para fazer face ao endividamento, Jerónimo de Sousa insistiu que o cenário de uma coligação pós-eleitoral com o BE “não está colocado”, afirmando que o partido desenvolverá “todos os esforços para a convergência”, mas sublinhou que este encontro deve ser entendido “como um processo”.

“Isto não vai ser um ato súbito que se resolve no dia 5 [de Junho, data das eleições legislativas antecipadas]. Será sempre um processo”, salientou o líder comunista.

Sobre a campanha eleitoral, Jerónimo de Sousa garantiu que “a coisa está clarificada”.

“Cada qual correrá na sua própria bicicleta. Mas isto não invalida esse relacionamento e a procura de convergência na próxima Assembleia da República, como aconteceu naturalmente em muitas situações”, declarou.

Apesar de concorrerem às eleições em separado, tal “não invalida espaços de reflexão, tendo em conta esta situação que estamos a viver”, acrescentou o secretário-geral do PCP.

Jerónimo de Sousa garantiu que o encontro marcado para sexta-feira, a convite do Bloco, é “natural e normal, tendo em conta a situação política e social”.

A reflexão sobre a situação política que o PCP se prepara para fazer com o Bloco de Esquerda será alargada a “outras forças políticas e sociais, procurando que nestas eleições se vislumbre uma saída política, uma política patriótica e de esquerda e um governo capaz de a concretizar”, disse.

Os comunistas querem “dialogar com muitos portugueses que não se esgotam no PCP, na CDU e no Bloco”, e que “estão preocupados com o seu país”, rejeitando “afunilar apenas para uma força política”.

Instado a comentar declarações à Lusa do presidente do grupo parlamentar do PS, Francisco Assis, que considerou que a aproximação entre PCP e BE “não é uma ameaça ao PS”, mas “uma conjugação de dois arcaísmos diferentes”, o dirigente comunista afirmou que “não é uma questão de mera aritmética, de soma de lugares”.

Sobre a afirmação de Assis de que esta aproximação possa significar “um sinal de renovação e de abertura para outro diálogo dentro da esquerda”, Jerónimo de Sousa escusou-se a responder, remetendo quaisquer declarações para depois do encontro com os responsáveis bloquistas, na próxima sexta-feira.