Obama fixa meta para energias limpas mas evita falar de clima

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Obama pediu ao Congresso para eliminar os subsídios à indústria do petróleo Foto: Pablo Martinez Monsivais/Reuters

Obama apelou aos congressistas para se unirem à Casa Branca para que “80 por cento da electricidade na América venha de fontes limpas de energia” até 2035. Todas as opções estão em aberto. “Alguns querem as eólicas e o solar. Outros querem o nuclear, o carvão limpo e o gás natural. Para alcançar essa meta, precisaremos de todas [as opções], e apelo aos democratas e republicanos para que trabalhem em conjunto para que isto aconteça”, disse o Presidente norte-americano.

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Obama apelou aos congressistas para se unirem à Casa Branca para que “80 por cento da electricidade na América venha de fontes limpas de energia” até 2035. Todas as opções estão em aberto. “Alguns querem as eólicas e o solar. Outros querem o nuclear, o carvão limpo e o gás natural. Para alcançar essa meta, precisaremos de todas [as opções], e apelo aos democratas e republicanos para que trabalhem em conjunto para que isto aconteça”, disse o Presidente norte-americano.

Obama também pediu ao Congresso para eliminar os subsídios à indústria do petróleo, que equivalem a cerca de 29 mil milhões de euros anuais. “Não sei se perceberam, mas elas [as petrolíferas] estão-se a sair bem, por si só. Por isso, ao invés de subsidiar a energia do passado, vamos investir na do futuro”, afirmou Obama.

No seu discurso, Obama disse ainda que, com mais investigação e incentivos, “podemos acabar com a nossa dependência do petróleo com biocombustíveis, e tornarmo-nos o primeiro país a ter um milhão de veiculos eléctricos nas ruas até 2015”.

Apesar da aposta na energia limpa, Obama não fez qualquer referência às alterações climáticas, em contraste com discursos anteriores. A questão do clima tinha sido até agora central na sua administração. Mas a oposição republicana no Senado derrubou, no ano passado, uma proposta de legislação para reduzir as emissões de CO2 no país, através de um sistema de comércio de licenças de poluição.

No actual contexto político, com os republicanos agora em maioria no Congresso, as hipóteses de adopção, no curto prazo, de uma política climática ambiciosa tornaram-se remotas e a administração Obama está a tentar uma aproximação mais cautelosa à oposição.

A inflexão da política climática de Obama está a causar baixas no seu gabinete. A sua principal assessora para a área da energia e alterações climáticas, Carol Browner, vai deixar a Casa Branca.