Hereafter

E Clint ficou atolado na mixórdia do filme de argumentista com narrativas paralelas programadas para se cruzarem. Demasiados planos turísticos de ligação e demasiados planos de aviões num cineasta habitualmente enxuto - mas, afinal, o argumento ordena que se transportem as personagens de S. Francisco e de Paris para Londres a tempo de um "happy end" que é das coisas mais feias que Clint já filmou.

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E Clint ficou atolado na mixórdia do filme de argumentista com narrativas paralelas programadas para se cruzarem. Demasiados planos turísticos de ligação e demasiados planos de aviões num cineasta habitualmente enxuto - mas, afinal, o argumento ordena que se transportem as personagens de S. Francisco e de Paris para Londres a tempo de um "happy end" que é das coisas mais feias que Clint já filmou.


Uma história francesa filmada ao "estilo internacional", isto é, sem estilo; uma história americana que merecia o filme todo (a sequência das aulas de cozinha prometia...), se houvesse espaço e tempo para haver filme - ainda assim é o mais perto que Clint chega das zonas que mais gostamos que ele tacteie, a escuridão; finalmente, uma versão de plástico do melodrama social britânico. Nenhuma das histórias tem vida própria, sofre sempre da condição de estar "ao lado" de uma outra, ao lado e desalmada, condenada ao cruzamento. E depois, a metafísica por computador...