Gonçalo M. Tavares: é uma "grande honra"

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É uma "grande honra" ter o nome "numa lista de vencedores que inclui grandes nomes da literatura e livros míticos", disse ontem Gonçalo M. Tavares, numa breve conversa telefónica com o PÚBLICO, pouco depois de terminar a cerimónia em que recebeu o Prémio do Melhor Livro Estrangeiro publicado em França em 2010 pelo seu livro "Aprender a Rezar na Era da Técnica", editado em Portugal pela Caminho.

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É uma "grande honra" ter o nome "numa lista de vencedores que inclui grandes nomes da literatura e livros míticos", disse ontem Gonçalo M. Tavares, numa breve conversa telefónica com o PÚBLICO, pouco depois de terminar a cerimónia em que recebeu o Prémio do Melhor Livro Estrangeiro publicado em França em 2010 pelo seu livro "Aprender a Rezar na Era da Técnica", editado em Portugal pela Caminho.

E quando fala em "grandes nomes da literatura e livros míticos", Gonçalo M. Tavares não está a exagerar: o prémio, criado em 1948 por Robert Carlier e André Bay e patrocionado pelo hotel parisiense Regency Madeleine, distinguiu obras como "O Homem Sem Qualidades" (1958), de Robert Musil, "Cem Anos de Solidão" (1969), de Gabriel Garcia Marquez, e outros autores como Kawabata, Soljenitsin, Guillermo Cabrera Infante, John Updike, Adolfo Bioy Casares, Mario Vargas Llosa, Günter Grass, Salman Rushdie, Orhan Pamuk ou Philip Roth. Até hoje só outro autor português venceu este prémio: António Lobo Antunes.

Trata-se de um prémio com "uma história invulgar de qualidade" e Gonçalo M. Tavares quer dedicá-lo à literatura de língua portuguesa. "É bom este tipo de prémios, com este prestígio, de vez em quando pararem na língua portuguesa", diz. E se isso acontece, sublinha, "tem muito a ver com a qualidade da literatura de língua portuguesa".

Aprender a "Rezar na Era da Técnica" (quarto romance da série "O Reino", depois de "Um Homem: Klaus Klump", "A Máquina de Joseph Walser" e "Jerusalém") é o sétimo livro do escritor editado em França, onde tem sido "recebido com muito entusiasmo", conta. E isso é particularmente importante porque França "é um país onde se traduz muito e com muita qualidade". Antes de conquistar o Prémio do Melhor Livro Estrangeiro, o mesmo livro fora já finalista de outros dois prémios literários de prestígio, o Femina e o Médicis.

Sendo "um dos romances mais densos" que escreveu, o livro, que foi traduzido para o francês por Dominique Nédellec, "tem tido um percurso muito interessante" também noutros países, nomeadamente o Brasil.

O júri que decidiu atribuir-lhe o Prémio do Melhor Livro Estrangeiro em França é composto por André Bay, Daniel Arsand (responsável pela literatura estrangeira nas Éditions Phebus et Auteur), Manuel Carcassonne (director editorial das Éditions Grasset), Gérard de Cortanze (escritor e editor da Gallimard), Nathalie Crom (responsável pelas páginas de literatura da Telerama), Solange Fasquelle (escritora e membro do júri do prémio Femina), Anne Freyer (editora de literatura estrangeira da Seuil), Christine Jordis (escritora e editora da Gallimard, também membro do júri do Femina), Jean-Claude Lebrun (do L'Humanité), Joseph Mace-Scaron (director do Magazine Littéraire), Ivan Nabokov (editor da Plon), Joel Schmidt (escritor) e Laurent Ebzant (director-geral do Hyatt Regency Paris-Madeleine).