Escritora Dulce Maria Cardoso troca Leya pela Tinta-da-China
"Saio da Leya porque os meus livros não encontraram os leitores que creio eles merecem. Já pedi à Leya os direitos dos livros antigos e atendendo aos resultados acredito que a Leya mos dará", disse a autora ao PÚBLICO.
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"Saio da Leya porque os meus livros não encontraram os leitores que creio eles merecem. Já pedi à Leya os direitos dos livros antigos e atendendo aos resultados acredito que a Leya mos dará", disse a autora ao PÚBLICO.
Carlos Vaz Marques, coordenador da colecção de viagens da editora Tinta-da-China, colocou hoje esta informação na sua página no Facebook e a editora Bárbara Bulhosa confirmou ao PÚBLICO a notícia. "Até agora não tinha editado ficção portuguesa porque esperei para ter um grande autor. Surgiu esta hipótese da Dulce, que gostou do catálogo da editora e vai passar a publicar connosco", disse a editora, que negociou a transferência da escritora com a sua agência literária, a Anja Saile Literary Agency. "É um privilégio e uma honra que a Tinta-da-China comece a sua colecção de ficção portuguesa com um romance meu", considera Dulce Maria Cardoso.
O próximo romance de Dulce Maria Cardoso intitulado "O Retorno" fala da experiência dos retornados e da descolonização e deverá ser lançado em 2011 na Feira do Livro de Lisboa, já com a Tinta-da-China. O livro em que está a trabalhar, como disse ao Ípsilon há uns meses, reflecte sobre o retorno de Angola (de onde saiu na infância, via Ponte Aérea), o fim do Império e as suas consequências no Portugal contemporâneo.
Dulce Maria Cardoso recebeu no ano passado o Prémio Europeu de Literatura pelo romance "Os Meus Sentimentos", é autora do livro de contos "Até Nós" e do romance "O Chão dos Pardais" publicado em Portugal em 2009. Nasceu em Trás-os-Montes em 1964, passou a infância em Angola e vive em Lisboa. Formou-se na Faculdade de Direito de Lisboa e o seu primeiro romance "Campo de Sangue" recebeu o Grande Prémio Acontece de Romance.