Niemeyer pode vir a Lisboa terminar único projecto em Portugal, parado desde 1999

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Em 2001, as obras paradas em Chelas Rui Gaudêncio

No final do ano, Niemeyer tenciona ir a Espanha para a inauguração do Centro Cultural de Avilés, nas Astúrias, disse o arquitecto carioca num encontro que manteve com o conselheiro de imprensa da Embaixada de Portugal em Brasília, e admite seguir depois para Lisboa.

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No final do ano, Niemeyer tenciona ir a Espanha para a inauguração do Centro Cultural de Avilés, nas Astúrias, disse o arquitecto carioca num encontro que manteve com o conselheiro de imprensa da Embaixada de Portugal em Brasília, e admite seguir depois para Lisboa.

O conselheiro Carlos Fino, que foi recebido pelo arquitecto no seu atelier no Rio de Janeiro, disse à Lusa que Niemeyer mostrou a disponibilidade de passar por Lisboa, se houver interesse das autoridades locais em retomar o projecto concebido no início dos anos 1990.

Em Dezembro passado, o PÚBLICO questionou o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, sobre as suas intenções quanto ao projecto. E Costa dse que a autarquia "continua interessada em construir" o projecto, estando a autarquia "à procura de entidades, nacionais e brasileiras, com quem possa estabelecer uma parceria" para o levar por diante.

O projecto incluía, além do edifício-sede, um anfiteatro em forma de cilindro, uma zona comercial, espaços para exposições e biblioteca. No terreno em causa, na Quinta dos Alfinetes (16 mil metros quadrados) em Chelas, existia um palácio cuja reconstrução devia ter sido feita pela fundação, para nele instalar um instituto de formação de quadros dos países lusófonos.

Niemeyer ofereceu o projecto e a obra chegou a começar, só que os 7,5 milhões de euros necessários para que prosseguissem os trabalhos nunca apareceram. A obra parou em 1999 e os terrenos foram devolvidos à autarquia em 2004, em troca de 750 mil euros, que serviram à instituição luso-brasileira para pagar as dívidas às construtoras, como escreveu em Dezembro o PÚBLICO.