Atraídos pelo Crime

Antoine Fuqua bem quer recuperar o élan que fez do seu "Dia de Treino" (2001) um dos melhores policiais americanos dos últimos anos (e, de caminho, deu o Oscar a Denzel Washington). Só que de pouco serve recuperar desse filme o "talismã" Ethan Hawke, porque sobra em ambição e estilo a "Atraídos pelo Crime" o que lhe falta em estrutura e argumento.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Antoine Fuqua bem quer recuperar o élan que fez do seu "Dia de Treino" (2001) um dos melhores policiais americanos dos últimos anos (e, de caminho, deu o Oscar a Denzel Washington). Só que de pouco serve recuperar desse filme o "talismã" Ethan Hawke, porque sobra em ambição e estilo a "Atraídos pelo Crime" o que lhe falta em estrutura e argumento.

O guião de Michael Martin cruza três histórias de polícias nova-iorquinos à beira do colapso - um agente de giro prestes a reformar-se (Richard Gere), um detective com problemas de dinheiro e família (Hawke) e um infiltrado num gangue criminoso que quer regressar à vida real (Don Cheadle). Cada uma daria um bom filme separadamente, mas só a de Gere é suficientemente sólida para funcionar neste contexto precisamente por ser a única que escapa aos lugares-comuns. E Fuqua não consegue nunca gerir adequadamente o ritmo do filme nem a rotação entre histórias, apesar da eficácia com que dirige as cenas de acção e do evidente entendimento com os actores (Gere recorda-nos como pode ser bom no papel certo, Wesley Snipes recupera parte da tensão que o celebrizou, o elenco de secundários consegue fazer milagres com quase nada). Com mão mais segura, podia estar aqui um policial digno de atenção - assim, é um filme inflacionado que só brilha a espaços...