Líderes cada vez mais de acordo em não fazer pacto vinculativo sobre o clima em Copenhaga

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Aguentaremos sem derreter até haver acordo sobre o clima, como sugeria esta acção da WWF em Berlim, em Setembro? Tobias Schwarz/REUTERS

Face a este cenário, segunda-feira, 40 ministros do Ambiente vão encontrar-se em Copenhaga para tentar salvar a conferência climática da ONU marcada para 7 a 18 de Dezembro na capital dinamarquesa, com o objectivo de negociar um sucessor para o protocolo de Quioto.

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Face a este cenário, segunda-feira, 40 ministros do Ambiente vão encontrar-se em Copenhaga para tentar salvar a conferência climática da ONU marcada para 7 a 18 de Dezembro na capital dinamarquesa, com o objectivo de negociar um sucessor para o protocolo de Quioto.

“Dado o factor tempo e a situação de alguns países devemos, nas próximas semanas, focar-nos no que é possível e não permitir distracções com o que não é possível”, disse o primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen.

“O Acordo de Copenhaga deve ser um mandato para negociações legais continuadas e estipular um prazo para a sua conclusão”, disse o anfitrião das conversações de Copenhaga, que voou até Singapura para apresentar a sua proposta aos líderes dos países da Ásia e do Pacífico, na cimeira da APEC (organização de Cooperação Económica Ásia-Pacífico).

As perspectivas tornaram-se especialmente negras depois dos resultados da reunião da organização de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC). Os 19 líderes disseram esta madrugada ser muito improvável que se alcance um pacto climático duro e vinculativo em Copenhaga.

“Não estamos a abrir a porta para que alguém escape às suas obrigações”, garantiu Rasmunssen. Mas esta solução pode dar tempo aos Estados Unidos para que o Congresso aprove legislação para controlar as emissões de gases com efeito de estufa. “A avaliação feita pelos líderes foi de que não era realista esperar que um acordo internacional vinculativo fosse negociado nos próximos 22 dias”, disse o negociador dos EUA Michael Froman, citado pela agência Reuters, depois do encontro dos dinamarqueses com os líderes da Ásia e das nações do Pacífico em Singapura.

Como sublinha a Reuters, ainda que o debate no seio da APEC não faça parte das negociações promovidas pelas Nações Unidas, o entendimento a que os 21 países da organização chegarem é crucial, uma vez que são responsáveis por 60 por cento desse tipo de poluição. A reunião de Singapura foi o último grande encontro internacional antes da cimeira de Copenhaga.