Black Bombaim

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Black Bombaim é um nome porreiro, principalmente para quem nunca esteve em Bombaim. Nunca tendo estado na maior cidade indiana, retém-se apenas a imagem romantizada da cidade, um lado exótico a que a banda fez questão de apor o substantivo negro para não haver confusões.

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Black Bombaim é um nome porreiro, principalmente para quem nunca esteve em Bombaim. Nunca tendo estado na maior cidade indiana, retém-se apenas a imagem romantizada da cidade, um lado exótico a que a banda fez questão de apor o substantivo negro para não haver confusões.

Porque os Black Bombaim são indicados para a noite e são dados a divagações - nunca tendo estado em Bombaim, o nome invoca algo de misterioso e isso serve bem a uma banda que é, neste momento, a mais destacada de algo que, visto à distância, apelidaríamos de cena. Desenvolve-se em Barcelos e tem-nos revelado nos últimos tempos uma série de nomes a seguir com atenção - os Green Machine, primeiro, e agora estes Black Bombaim, ALTO!, Glockenspiel ou uns Aspen que se chamavam Cosmic Vishnu antes de decidirem mudar de nome e de sonoridade.

Tudo pessoal a mexer-se e a fazer mexer - por exemplo, no fim-de-semana passado, o Auditório da Biblioteca Municipal recebeu o segundo "Barcelos É Demais", míni festival que reúne a pandilha toda. Amanhã, parte dela aterra na Galeria Zé dos Bois.

Black Bombaim e ALTO!, acompanhados por uns misteriosos Sunflare & Garcia da Selva de quem pouco se sabe. Anda por lá Guilherme Canhão, guitarrista dos Lobster, e alguém dos The Sound Of Typewriters - o resto é para ser desvendado sábado à noite. Falemos então do que sabemos. Dos Black Bombaim, mestres desse psicadelismo excessivo a que decidiram chamar stoner-rock, e dos Alto!, pessoal do garage berrado sem parcimónia.

Os primeiros editaram recentemente o homónimo e muito recomendável álbum de estreia: dispensam vocalista e concentram tudo numa descarga eléctrica mastodôntica. São os Black Sabbath em jam enquanto o Ozzy rói um morcego no bar, os Comets On Fire com rédea solta no estúdio onde os Blue Cheer gravaram "Outside Inside", são uma felicidade opiácea em volume acima do recomendável (e é assim que deve ser).

Já os ALTO! operam de outra forma. Formados por membros dos Green Machine e com um Black Bombaim na bateria, editaram há alguns meses a primeira maqueta e são um frenesim garage-rock de riff certeiro e grito adequado para inflamar as massas (dançantes, espera-se).

Um dia depois do concerto na ZDB, Black Bombaim e Alto! actuam, domingo, no Mercado Negro, em Aveiro. M.L.