Pequim exige a entrega à China dos 17 presos uigures de Guantánamo

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17 uigures que estão detidos em Guantánamo Reuters

A pedido de Washington, o Presidente do Palau, Johnson Toribiong, dera luz verde à transferência dos 17 suspeitos de terrorismo uigures justificando esta decisão como um “gesto humanitário” e dando conta da vontade de ajudar o homólogo norte-americano, Barack Obama, a cumprir a promessa de fechar a polémica prisão militar onde os Estados Unidos têm mantido, desde 2001, suspeitos de terrorismo. O Palau disse estar “honrado e orgulhoso” por acomodar aqueles detidos, sobre os quais ficou provado não serem “combatentes inimigos”.

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A pedido de Washington, o Presidente do Palau, Johnson Toribiong, dera luz verde à transferência dos 17 suspeitos de terrorismo uigures justificando esta decisão como um “gesto humanitário” e dando conta da vontade de ajudar o homólogo norte-americano, Barack Obama, a cumprir a promessa de fechar a polémica prisão militar onde os Estados Unidos têm mantido, desde 2001, suspeitos de terrorismo. O Palau disse estar “honrado e orgulhoso” por acomodar aqueles detidos, sobre os quais ficou provado não serem “combatentes inimigos”.

Os 17 uigures – cujo repatriamento para a China significará, provavelmente, serem torturados e executados – fazem parte de um grupo de 22 homens que estavam refugiados nas montanhas afegãs em fuga da perseguição chinesa, em cujo país esta minoria étnica é acusada de acções independentistas violentas. Pequim, de resto, já deixou bem claro que considera aqueles detidos de Guantánamo como “suspeitos de terrorismo” e tem repetidamente instado à sua transferência para território chinês.

“A China opõe-se a que qualquer país terceiro receba estes suspeitos. Os 17 suspeitos chineses de terrorismos presos em Guantánamo são membros do Movimento Islâmico do Turquistão Oriental, que está listado como um grupo terrorista pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas”, argumentou em conferência de imprensa, esta manhã, o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios estrangeiros, Qin Gang, citado pela agência noticiosa britânica Reuters.

E reiterou a exigência: “Os Estados Unidos devem cumprir as resoluções relevantes do Conselho de Segurança, assim como as suas obrigações no âmbito do combate internacional ao terrorismo, anulando a transferência destes suspeitos para um país terceiro e que, antes, os repatrie para a China”.

Aquele grupo de 17 uigures é oriundo da região chinesa maioritariamente muçulmana de Xinjiang e apesar de terem sido ilibados das suspeitas de terrorismo pelas autoridades norte-americanas, desde 2004, permanecem em Guantánamo à espera que Washington encontre uma solução de destino para eles que não seja a China.