Terry Gilliam lança-se outra vez na aventura de Dom Quixote

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Uma hérnia discal impede Jean Rochefort de ser Dom Quixote para Terry Gilliam

Nada podia ter corrido pior quando, em 2000, o fundador dos Monty Python, Terry Gilliam, tentou pôr em marcha o projecto de fazer um filme sobre Dom Quixote, a personagem criada por Cervantes no século XVII. Mas, nove anos depois do desastre que foram os seis dias de filmagens de "The Man Who Killed Don Quixote", Gilliam está pronto para se lançar de novo contra os moinhos de vento. Vai filmar em Espanha na Primavera, confirmou ao jornalista do "El País" que o entrevistou em Ibiza. "Dediquei-lhe dez anos da minha vida [a "The Man Who Killed Don Quixote"] e continuei a pensar nele", explicou.

Por isso, ao fim de sete anos a lutar contra as companhias de seguros que entretanto tinham ficado com os direitos do projecto, está em condições de avançar. Ainda não tem o Dom Quixote ("nem sequer pensei em nomes, mas será certamente europeu"), nem a Dulcineia ("preciso de uma Penélope Cruz com uns vinte anos, [...] mas se calhar acabo por contratar uma argentina ou uma brasileira, apesar de não terem o que tem uma espanhola: fogo no olhar").

Mantém, do projecto inicial, um actor: Johnny Depp. O que prova que Depp também não ficou traumatizado com a experiência das primeiras filmagens. Nessa altura, não só o orçamento inicial foi substancialmente reduzido, como Gilliam não teve tempo para ensaiar previamente com os actores (que incluíam também Jean Rochefort, o Dom Quixote que desde então não pode montar a cavalo por causa de uma hérnia discal, Vanessa Paradis e Jonathan Pryce), e, por fim, o local das filmagens sofreu uma inundação. Desses seis dias, o único filme que saiu foi "Lost in La Mancha", de Keith Fulton e Louis Pepe - um "making of" que acabou por se transformar num "unmaking of".

Desta vez, Gilliam está confiante de que tudo vai correr bem. "Durante todos estes anos sabia que tinha um guião perfeito, nem olhei para ele. Há uns meses li-o de novo e reescrevi-o!", contou, rindo, ao "El País". "Nunca quis adaptar o livro como tal. É grande e perfeito. Queria, e quero, usar Dom Quixote e algumas das suas aventuras para sentir-me livre, provavelmente como teria feito Cervantes." Apesar de reescrita, a linha principal da história não mudou desde 2000. A ideia do realizador continua a ser pôr Johnny Depp, um executivo de Londres, a viajar no tempo até à Espanha do século XVII, a encontrar Dom Quixote e a confundi-lo com Sancho Pança.

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Nada podia ter corrido pior quando, em 2000, o fundador dos Monty Python, Terry Gilliam, tentou pôr em marcha o projecto de fazer um filme sobre Dom Quixote, a personagem criada por Cervantes no século XVII. Mas, nove anos depois do desastre que foram os seis dias de filmagens de "The Man Who Killed Don Quixote", Gilliam está pronto para se lançar de novo contra os moinhos de vento. Vai filmar em Espanha na Primavera, confirmou ao jornalista do "El País" que o entrevistou em Ibiza. "Dediquei-lhe dez anos da minha vida [a "The Man Who Killed Don Quixote"] e continuei a pensar nele", explicou.

Por isso, ao fim de sete anos a lutar contra as companhias de seguros que entretanto tinham ficado com os direitos do projecto, está em condições de avançar. Ainda não tem o Dom Quixote ("nem sequer pensei em nomes, mas será certamente europeu"), nem a Dulcineia ("preciso de uma Penélope Cruz com uns vinte anos, [...] mas se calhar acabo por contratar uma argentina ou uma brasileira, apesar de não terem o que tem uma espanhola: fogo no olhar").

Mantém, do projecto inicial, um actor: Johnny Depp. O que prova que Depp também não ficou traumatizado com a experiência das primeiras filmagens. Nessa altura, não só o orçamento inicial foi substancialmente reduzido, como Gilliam não teve tempo para ensaiar previamente com os actores (que incluíam também Jean Rochefort, o Dom Quixote que desde então não pode montar a cavalo por causa de uma hérnia discal, Vanessa Paradis e Jonathan Pryce), e, por fim, o local das filmagens sofreu uma inundação. Desses seis dias, o único filme que saiu foi "Lost in La Mancha", de Keith Fulton e Louis Pepe - um "making of" que acabou por se transformar num "unmaking of".

Desta vez, Gilliam está confiante de que tudo vai correr bem. "Durante todos estes anos sabia que tinha um guião perfeito, nem olhei para ele. Há uns meses li-o de novo e reescrevi-o!", contou, rindo, ao "El País". "Nunca quis adaptar o livro como tal. É grande e perfeito. Queria, e quero, usar Dom Quixote e algumas das suas aventuras para sentir-me livre, provavelmente como teria feito Cervantes." Apesar de reescrita, a linha principal da história não mudou desde 2000. A ideia do realizador continua a ser pôr Johnny Depp, um executivo de Londres, a viajar no tempo até à Espanha do século XVII, a encontrar Dom Quixote e a confundi-lo com Sancho Pança.