Socialista Patxi López já foi eleito chefe do governo basco

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López antes da votação de ontem no Parlamento de Vitória Vincent West/Reuters

Antes, López defendera a sua candidatura num discurso com sucessivos apelos à cooperação das forças políticas e sindicais, e com um estender de mão aos nacionalistas. “Não governarei só para uma parte da sociedade basca”, disse, numa intervenção iniciada e concluído em euskera, a língua basca. Desta forma, o ainda então candidato referia-se a um dos pontos-chave do seu programa e sublinhava as diferenças com a prática do Partido Nacionalista Basco (PNV), nas três décadas em que liderou a governação de Euskadi.

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Antes, López defendera a sua candidatura num discurso com sucessivos apelos à cooperação das forças políticas e sindicais, e com um estender de mão aos nacionalistas. “Não governarei só para uma parte da sociedade basca”, disse, numa intervenção iniciada e concluído em euskera, a língua basca. Desta forma, o ainda então candidato referia-se a um dos pontos-chave do seu programa e sublinhava as diferenças com a prática do Partido Nacionalista Basco (PNV), nas três décadas em que liderou a governação de Euskadi.

“O meu governo gosta de pluralismo”, quer “unir a sociedade” e “deixar para trás a divisão”, prosseguiu, enunciando um princípio que terá concretização em várias políticas. É assim que os socialistas, bem como os conservadores do Partido Popular, que os apoiam, reivindicam a diferença face à gestão do PNV. A diferença assenta num axioma: a não imposição, a coexistência do castelhano com o euskera e o culto da diferença como base de uma nova convivência.

Este objectivo passa, também, “pelo fim da legitimação ética, social e política do terrorismo em qualquer das suas formas”. Uma preocupação que não se esgota no sector da educação, mas que abrange, também, os órgãos de comunicação públicos. E que se transforma num dos vectores de uma política deliberadamente beligerante contra o terrorismo da ETA.

“A vontade do meu governo é trabalhar para ver o ponto final da violência”, disse López. “Vou presidir a um governo que foi expressamente ameaçado antes de começar a governar”, recordou, referindo-se a um comunicado recente dos etarras, que visava quem integrasse o executivo liderado pelos socialistas. “Uma sociedade democrática não pode tolerar que o seu governo legítimo seja alvo de chantagem poruma organização terrorista”, disse em tom solene.

Patxi López substitui Juan José Ibarretxe, o nacionalista que foi lehendakari nos últimos dez anos. No discurso de defesa da sua candidatura à chefia do executivo, Ibarretxe descreveu o próximo gabinete como “uma alternativa débil e inviável”. Defendeu o diálogo com todas as formações bascas e justapôs à maioria parlamentar que elegeu López uma “maioria social basca”, que afirma representar.