Queima das Fitas deverá emitir 1270 toneladas de CO2 e compensá-las com milhares de árvores

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São esperadas 800 mil pessoas na Queima das Fitas de Coimbra PÚBLICO (arquivo)

A maior fonte das 1270 toneladas de CO2 será a deslocação das pessoas para o evento. Já o consumo de energia e o tratamento dos resíduos deverão ser responsáveis por 103 dessas toneladas, explicou Gonçalo Cavalheiro, director-técnico da Ecoprogresso, consultora em alterações climáticas.

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A maior fonte das 1270 toneladas de CO2 será a deslocação das pessoas para o evento. Já o consumo de energia e o tratamento dos resíduos deverão ser responsáveis por 103 dessas toneladas, explicou Gonçalo Cavalheiro, director-técnico da Ecoprogresso, consultora em alterações climáticas.

“Contabilizámos as deslocações das pessoas em Coimbra, de carro e autocarro, as viagens das pessoas que moram fora de Coimbra e ainda as deslocações de avião das bandas que vão actuar”, acrescentou ao PÚBLICO.

Para o cálculo da pegada de carbono da Queima das Fitas, cujo programa oficial começou a 10 de Março e prolonga-se até 27 de Junho, entraram ainda em conta a produção da electricidade consumida no recinto e o tratamento dos resíduos produzidos no evento. Estes, uma vez em aterro, vão emitir metano, um dos gases com efeito de estufa (GEE).

Segundo Gonçalo Cavalheiro, este é um público “muito difícil”. “Neste contexto, num evento tão intenso, com tanta gente – 500 mil pessoas esperadas só para o dia do cortejo -, não é fácil chamar a atenção para atitudes mais amigas do Ambiente. É um período muito especial”.

As 4200 árvores, suficientes para compensar as 1270 toneladas de CO2, serão plantadas no centro de Coimbra, “numa área verde actualmente degradada” junto ao bairro de S. Jerónimo, explicou Gonçalo Cavalheiro. Naquele espaço serão arrancados eucaliptos e plantados sobreiros e azinheiras, um projecto de requalificação que conta com o apoio financeiro de 25 mil euros da Vodafone, no âmbito do seu programa de responsabilidade social.

As primeiras 110 árvores, dedicadas a cada uma das 110 edições da Queima das Fitas de Coimbra, serão plantadas a 5 de Maio no Parque Verde do Mondego, Margem Esquerda, no espaço envolvente ao Exploratório – Centro Ciência Viva de Coimbra.

Gonçalo Cavalheiro nota que “cada vez mais há um esforço dos organizadores de eventos para perceber que impacto terão para o Ambiente e para o compensar”.

Este é o primeiro ano que a Queima das Fitas se volta para o Ambiente, querendo “retribuir à comunidade local e global”, mas não será o único. Para o ano os organizadores querem continuar e, além de compensar os impactos, a ideia é “trabalhar a montante do problema”. O ideal será agirmos “antes, durante e depois” do evento, comentou Gonçalo Cavalheiro.