Guerra, S.A

O futuro próximo de "Guerra S. A.", em que as guerras são entregues a companhias privadas, é evidentemente uma extrapolação a partir do conflito iraquiano, e tudo no filme de Joshua Seftel manda farpas ácidas à política americana dos anos Bush, através da história de um assassino contratado que cai de pára-quedas no ficcional Turaquistão com um alvo a abater e dá por si a equilibrar uma jornalista liberal e uma "pop star" sedutora.

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O futuro próximo de "Guerra S. A.", em que as guerras são entregues a companhias privadas, é evidentemente uma extrapolação a partir do conflito iraquiano, e tudo no filme de Joshua Seftel manda farpas ácidas à política americana dos anos Bush, através da história de um assassino contratado que cai de pára-quedas no ficcional Turaquistão com um alvo a abater e dá por si a equilibrar uma jornalista liberal e uma "pop star" sedutora.

Mas isso não seria um problema se o filme tivesse graça - e o problema é que não tem. Porque o argumento desbarata as boas ideias que vai tendo numa estrutura sem ponta por onde se lhe pegue, as piadas acertam sempre ao lado do tom, e Seftel, com experiência no documentarismo e no jornalismo televisivo, filma tudo com a mesma imaginação dos "Malucos do Riso".

É difícil fazer uma boa sátira política, mas não é impossível; que "Guerra, S. A." seja uma péssima sátira política, ainda por cima co-escrita e co-produzida por alguém tão respeitável como John Cusack, é inexplicável (e que isto chegue a sala a ocupar espaço que seria bem mais empregue em filmes decentes é ainda mais inexplicável).