Manifestações violentas em Belgrado após declaração de independência do Kosovo

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Apesar do forte dispositivo policial junto à Embaixada dos EUA, os manifestantes continuaram a lançar tochas contra o edifício Reuters

Os manifestantes, muitos deles apoiantes de equipas de futebol, lançaram pedras e tochas contra a representação diplomática norte-americana, fortemente protegida por um dispositivo de segurança composto por polícias anti-motim.

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Os manifestantes, muitos deles apoiantes de equipas de futebol, lançaram pedras e tochas contra a representação diplomática norte-americana, fortemente protegida por um dispositivo de segurança composto por polícias anti-motim.

Durante um confronto com a polícia, que usou granadas de gás lacrimogéneo para dispersar a multidão, um polícia sofreu ferimentos ligeiros.

Os manifestantes atacaram ainda a Embaixada da Eslovénia, tendo lançado também pedras e tochas contra o edifício, cuja porta de entrada ficou destruída bem como os vidros de várias janelas. A Eslovénia, antiga república jugoslava, assegura actualmente a presidência da União Europeia, que decidiu enviar uma missão para o Kosovo, para acompanhar o território após a declaração da independência.

Viaturas da polícia foram, entretanto, mobilizadas para outras embaixadas, como a de França, para impedir possíveis ataques durante a noite.

No centro de Belgrado, os opositores à independência kosovar desfilaram empunhando bandeiras sérvias e gritando “O Kosovo é a Sérvia”.

Em Kosovska Mitrovica, no norte do Kosovo, quatro granadas foram lançadas: duas que não chegaram a explodir contra um edifício ocupado pela União Europeia, e duas outras contra um tribunal, tendo apenas um explodido. O incidente não provocou vítimas.

Hoje, pouco depois do anúncio da independência do Kosovo, o Presidente sérvio, Boris Tadic, assegurou que a Sérvia “jamais reconhecerá a independência”. “A Sérvia reagiu e reagirá por todos os meios pacíficos, diplomáticos e legais para anular esse acto cometido pelas instituições do Kosovo”, acrescentou, numa posição reforçada pelo primeiro-ministro nacionalista sérvio. “Para os cidadãos da Sérvia, para a Sérvia, não existe nem existirá um Estado fantoche do Kosovo no seu território”, declarou Vojislav Kostunica.