Expedição espanhola ao Árctico detecta alga nociva para várias espécies

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O gelo no Árctico tem vindo a acumular substâncias poluentes emitidas a outras latitudes Francois Lenoir/Reuters (arquivo)

A expedição ATOS, coordenada pelo cientista Carlos Duarte e que envolve 30 investigadores do espanhol CSIC (Conselho Superior de Investigações Científicas), tem como objectivo analisar o impacto do degelo no ecossistema polar árctico, segundo o "El Mundo" online.

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A expedição ATOS, coordenada pelo cientista Carlos Duarte e que envolve 30 investigadores do espanhol CSIC (Conselho Superior de Investigações Científicas), tem como objectivo analisar o impacto do degelo no ecossistema polar árctico, segundo o "El Mundo" online.

Os cientistas detectaram na água plâncton fotossintético, cuja espécie dominante é a microalga Phaeocystis, que provoca "problemas a muitos organismos" e que é considerada uma praga em várias zonas do Atlântico Norte, segundo Susana Agustí, colega de Carlos Duarte.

Para se libertar dos seus predadores, esta microalga associa-se em colónias que aumentam de tamanho de forma considerável. Mas, ao fazê-lo, prejudica outras espécies, nomeadamente através de alterações nas cadeias tróficas.

O "Hespérides", que partiu a 20 de Junho do porto galego de Vigo, está na zona mais profunda do oceano polar árctico (com mais de 1200 metros de profundidade). Os especialistas estão a recolher amostras de gelo para fazer o estudo oceanográfico e biológico das águas abrangidas pelo degelo.

O gelo no Árctico tem vindo a acumular substâncias poluentes emitidas a outras latitudes e transportadas pela atmosfera. O sobre-aquecimento do Árctico e o seu degelo estão a libertar estas substâncias para o oceano, cuja magnitude e consequências estão a ser estudadas por esta primeira campanha oceanográfica do "Hespérides" no âmbito do Ano Polar Internacional.