Assinado acordo para construção do reactor ITER

Foto
Chirac considerou o ITER como uma vitória do interesse da humanidade Oliver Weiken/EPA

O reactor ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor) — que vai custar doze mil milhões de euros — será construído em Cadarache, perto de Marselha, no Sul de França.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O reactor ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor) — que vai custar doze mil milhões de euros — será construído em Cadarache, perto de Marselha, no Sul de França.

Numa cerimónia cujo anfitrião foi o Presidente francês, Jacques Chirac, representantes da União Europeia, dos Estados Unidos, do Japão, da Índia, da Rússia, da Coreia do Sul e da China assinaram o acordo, pondo fim a vários anos de negociações.

"Se nada mudar, a humanidade terá consumido, em 200 anos, a maioria dos recursos fósseis acumulados ao longo de centenas de milhões de anos, provocando, ao mesmo tempo, uma verdadeira calamidade climática", afirmou Chirac. O projecto ITER é, por isso, "uma vitória do interesse geral da humanidade", acrescentou.

Combustível a partir de água salgada

O reactor pretende transformar água salgada em combustível, ao imitar a forma como o Sol produz energia.

Os defensores do ITER argumentam que é mais limpo do que os actuais reactores nucleares, mas os críticos lembram que serão precisos pelo menos 50 anos para que seja construído um reactor viável comercialmente.

Ao contrário dos actuais reactores de fissão, que libertam energia ao dividir os átomos, o ITER vai gerar energia ao combinar átomos. No entanto, apesar de décadas de investigação, os reactores de fusão experimentais não têm conseguido libertar mais energia do que aquela que utilizam.

"Já alcançámos muito", disse Janez Potocnik, comissário europeu para a Ciência e Investigação. "Precisamos de procurar respostas não apenas para o curto e médio prazo, mas também para o longo prazo", sublinhou o responsável.