Novas imagens de Abu Ghraib mostram abusos à lei internacional

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Imagem de um dos vídeos de Abu Ghraib divulgados pela televisão australiana SBS AP/SBS/Dateline

"Estamos chocados com os maus tratos e abusos evidenciados nestas imagens", afirmou em Genebra a porta-voz do CICV Dorothea Krimitsas. "O tipo de tratamento nestas imagens viola claramente as regras da lei humanitárias", sublinhou. A organização, que em relatórios confidenciais mas divulgados pela imprensa já considerou os métodos usados pelos Estados Unidos na prisão de Bagdad "comparáveis à tortura", não esclareceu se irá abordar o assunto em Washington.

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"Estamos chocados com os maus tratos e abusos evidenciados nestas imagens", afirmou em Genebra a porta-voz do CICV Dorothea Krimitsas. "O tipo de tratamento nestas imagens viola claramente as regras da lei humanitárias", sublinhou. A organização, que em relatórios confidenciais mas divulgados pela imprensa já considerou os métodos usados pelos Estados Unidos na prisão de Bagdad "comparáveis à tortura", não esclareceu se irá abordar o assunto em Washington.

O CICV visita prisioneiros em 80 países, avaliando as condições de detenção e tratamento dos detidos. As visitas incluem desde Abril de 2003 centros de detenção no Iraque dirigidos pelos EUA e por outras forças estrangeiros. A Abu Ghraib já não vai desde Janeiro de 2005 por razões de segurança.

Entre as 18 fotografias colocadas no Salom.com aparecem imagens de um detido atado com uma correia numa cama com roupa interior feminina na cabeça e marcas de sangue a indicar que um corpo tinha sido arrastado pelo chão. As difundidas pela australiana SBS mostravam ferimentos, corpos empilhados, pendurados e algemados, ou detidos ameaçados por cães.

O site diz ter conseguido as imagens e os documentos através de uma pessoa "que passou tempo em Abu Ghraib como membro do Exército sem uniforme", explicando que no material a que teve acesso se incluem as fotos publicadas inicialmente publicadas em Abril de 2004 que tornaram públicos os abusos.

Um dia depois de o Pentágono ter afirmado que as novas imagens podem "incitar a violência desnecessária", o seu máximo responsável veio repetir que o comportamento que elas mostram "já está punido". "O Departamento da Defesa tem uma politica que proíbe a tortura desde o início deste conflito", declarou ainda Donald Rumsfeld, na resposta a questões colocadas numa audiência sobre orçamento no Congresso.

O programa Dateline, da televisão SBS, apresentou as imagens garantindo que estas sugerem abusos de "homicídio, tortura e humilhação sexual". Aparentemente as fotos referem-se ao mesmo período de 2003 e envolverão militares entretanto já julgados.