Ela está pronta para o seu "close up"

Tudo neste filme está construído para mostrar que ela, Jane Fonda, está outra vez pronta para o "close up", senhores realizadores. Não que haja argumento à altura - é uma mãe possessiva (Viola - bom nome para mães possessivas) que se intromete na possibilidade do casamento perfeito entre o filho (Michael Vartan) e Charlotte (Jennifer Lopez), mas as artimanhas postas em prática, pela futura sogra e pela futura nora, para estruturarem um argumento, sobretudo um argumento de "screwball comedy", teriam que se parecer menos com uma patetice (mal) escrita por crianças; não que haja duelo a sério, o que defrauda as expectativas - Fonda, pelo facto de estar no plano, reduz Jennifer Lopez a uma habitante do quarto dos fundos (caso estranho, este; em "Out of Sight", de Steven Soderbergh, juraríamos que estava aqui uma actriz...); finalmente, não que o registo burlesco, a entrar mesmo pelo carnaval, seja campo onde a crispação, reticência e gravidade que fizeram a sensualidade de Fonda (sim, se calhar estamos mal habituados, com os filmes dos anos 70 onde Jane fez a sua própria exploração emocional, sexual e política) se sintam à vontade para se expandir - é claro que ela tem os olhos, tem os braços, a silhueta, os esgares, está tudo montado para eles, está tudo à espera deles, mas isto só pode ser mesmo um momento de pavão a abrir o leque, a dizer "estou aqui, isto era só para avisar, o mais relevante vem a seguir", porque, na verdade, nem há realizador à altura. O australiano Robert Luketic, já agora, esteve mais fadado, dentro da irrelevância geral da coisa, para dirigir a minúscula arrivista Reese Whitherspoon em "Legalmente Loura" (2001) do que a escorpiónica sogra que Jane faz. Ou então serviu-se do guarda-roupa que Viola veste como testar para o seu próximo, e anunciado, projecto, "Dallas".

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Tudo neste filme está construído para mostrar que ela, Jane Fonda, está outra vez pronta para o "close up", senhores realizadores. Não que haja argumento à altura - é uma mãe possessiva (Viola - bom nome para mães possessivas) que se intromete na possibilidade do casamento perfeito entre o filho (Michael Vartan) e Charlotte (Jennifer Lopez), mas as artimanhas postas em prática, pela futura sogra e pela futura nora, para estruturarem um argumento, sobretudo um argumento de "screwball comedy", teriam que se parecer menos com uma patetice (mal) escrita por crianças; não que haja duelo a sério, o que defrauda as expectativas - Fonda, pelo facto de estar no plano, reduz Jennifer Lopez a uma habitante do quarto dos fundos (caso estranho, este; em "Out of Sight", de Steven Soderbergh, juraríamos que estava aqui uma actriz...); finalmente, não que o registo burlesco, a entrar mesmo pelo carnaval, seja campo onde a crispação, reticência e gravidade que fizeram a sensualidade de Fonda (sim, se calhar estamos mal habituados, com os filmes dos anos 70 onde Jane fez a sua própria exploração emocional, sexual e política) se sintam à vontade para se expandir - é claro que ela tem os olhos, tem os braços, a silhueta, os esgares, está tudo montado para eles, está tudo à espera deles, mas isto só pode ser mesmo um momento de pavão a abrir o leque, a dizer "estou aqui, isto era só para avisar, o mais relevante vem a seguir", porque, na verdade, nem há realizador à altura. O australiano Robert Luketic, já agora, esteve mais fadado, dentro da irrelevância geral da coisa, para dirigir a minúscula arrivista Reese Whitherspoon em "Legalmente Loura" (2001) do que a escorpiónica sogra que Jane faz. Ou então serviu-se do guarda-roupa que Viola veste como testar para o seu próximo, e anunciado, projecto, "Dallas".