Vera Drake

De tal forma que ficamos baralhados quando deparamos com um trabalho operático sobre o décor e as figuras que o povoam (sacrilégio: "Topsy Turvy" não era um filme... "viscontiano"?) ou, no caso de "Vera Drake", um envolvimento especular que (mais sacrilégio...) nos põe na boca os nomes de Douglas Sirk ou quem trabalhou a partir dele, o Todd Haynes de "Longe do Paraíso". Tal como esses filmes, "Vera Drake" transporta a consciência de que o cinema é um espelho que refl ecte a imagem que gostamos de ter e a imagem que inadvertidamente se interpõe, como um fantasma. Há uma interferência permanente entre as duas, nunca uma sobreposição, e é isso - e o silêncio e a verdade que se espraia em murmúrios em "Vera Drake" - que resgatam o filme à cinefilia "pós-qualquer coisa" e o trazem para o presente, hoje. É a maior obra em cartaz.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

De tal forma que ficamos baralhados quando deparamos com um trabalho operático sobre o décor e as figuras que o povoam (sacrilégio: "Topsy Turvy" não era um filme... "viscontiano"?) ou, no caso de "Vera Drake", um envolvimento especular que (mais sacrilégio...) nos põe na boca os nomes de Douglas Sirk ou quem trabalhou a partir dele, o Todd Haynes de "Longe do Paraíso". Tal como esses filmes, "Vera Drake" transporta a consciência de que o cinema é um espelho que refl ecte a imagem que gostamos de ter e a imagem que inadvertidamente se interpõe, como um fantasma. Há uma interferência permanente entre as duas, nunca uma sobreposição, e é isso - e o silêncio e a verdade que se espraia em murmúrios em "Vera Drake" - que resgatam o filme à cinefilia "pós-qualquer coisa" e o trazem para o presente, hoje. É a maior obra em cartaz.