Convenção do Partido Republicano: juiz contra protestos em Central Park

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O autarca de Nova Iorque, Michael Bloomberg, diz que não quer ter uma multidão no parque Jim Hollander/EPA

Mas o "mayor" de Nova Iorque, Michael Bloomberg, diz que não quer ter uma multidão dessas no parque, amplamente renovado na última década, afirmando que ele sairá danificado. O caso está na justiça, mas os promotores do desfile sofreram segunda-feira um duro revés, quando um juiz (diferente do que julgará este caso) decidiu que outra manifestação convocada para sábado para o mesmo local não poderia realizar-se, dando razão aos argumentos da câmara.

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Mas o "mayor" de Nova Iorque, Michael Bloomberg, diz que não quer ter uma multidão dessas no parque, amplamente renovado na última década, afirmando que ele sairá danificado. O caso está na justiça, mas os promotores do desfile sofreram segunda-feira um duro revés, quando um juiz (diferente do que julgará este caso) decidiu que outra manifestação convocada para sábado para o mesmo local não poderia realizar-se, dando razão aos argumentos da câmara.

A coligação United for Peace and Justice foi responsável pelas manifestações contra a guerra no Iraque, que decorreram em grandes avenidas de Nova Iorque. Agora, com o Presidente George W. Bush como alvo, quer o Central Park como palco.

Bloomberg ofereceu-lhes, em alternativa, a West Side Highway, uma avenida no Oeste da cidade, algo distante do local da convenção, o Madison Square Garden. Inicialmente, os manifestantes aceitaram; depois voltaram a insistir no Central Park. "A recusa da câmara de permitir manifestantes no parque só pode ser compreendida pela hostilidade aos pontos de vista que eles vão expressar", declarou Jeffrey Fogel, advogado dos organizadores. Estes argumentam que o Central Park já recebeu eventos de grande envergadura. Em 1997, o cantor "country" Garth Brooks reuniu mais de 250 mil espectadores; seis anos antes, Paul Simon deu lá um concerto para 750 mil pessoas. Ainda no ano passado, o Dalai Lama falou no parque perante mais de 120 mil pessoas.

O "mayor" Bloomberg contrapõe que esses eventos não tinham conteúdo político, e que a possibilidade de distúrbios numa manifestação anti-Bush é muito maior. O juiz que decidiu contra a manifestação de sábado (promovida por americanos de origem árabe no aniversário da Marcha sobre Washington de Martin Luther King, em 1963) concordou, ao referir a possibilidade de uma grande manifestação "ultrapassar as barreiras policiais e destruir o relvado".

Debate sobre a liberdade de expressão

A guerra pelo Central Park é mais um capítulo num debate sobre até que ponto é que a liberdade de expressão é cerceada pelas necessidades de segurança na América pós-11 de Setembro - um debate recordado na recente convenção do Partido Democrata em Boston.

O número de manifestantes em Boston foi muito menor que o previsto para Nova Iorque. As autoridades confinaram os protestos a uma área próxima do pavilhão onde John Kerry foi nomeado candidato à presidência; oficialmente, a área foi designada "zona de liberdade de expressão", mas os manifestantes chamavam-lhe "a jaula": a zona estava rodeada de barreiras de cimento e vedações metálicas. Em Nova Iorque, as medidas de segurança serão ainda mais pesadas e o receio de confrontos é também muito maior.