EUA opõem-se a retoma de exportações de marfim em países africanos

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Os EUA alertaram para os eventuais efeitos da venda de marfim nas populações de elefantes DR

Nas vésperas da conferência, 22 nações africanas aprovaram uma resolução que permite a África do Sul, Botswana, Namíbia e Zimbabwe vender até 70 toneladas de marfim dos seus stocks. O Quénia e a Índia, que também possuem stocks de marfim, não se juntaram à resolução.

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Nas vésperas da conferência, 22 nações africanas aprovaram uma resolução que permite a África do Sul, Botswana, Namíbia e Zimbabwe vender até 70 toneladas de marfim dos seus stocks. O Quénia e a Índia, que também possuem stocks de marfim, não se juntaram à resolução.

Os Estados Unidos oposeram-se à proposta que terá de ser aprovada pela conferência para se tornar legal.

Apesar da proposta africana prever restrições e limites à venda do marfim, a delegação norte-americana salientou os seus "potenciais efeitos nas populações de elefantes e nos esforços de monitorização em curso".

Craig Manson, líder da delegação dos Estados Unidos, disse que as importações de marfim vão continuar a ser proibidas nos EUA, qualquer que venha a ser a decisão da CITES.

A conferência, onde participam 160 nações, abriu hoje com apelos para os países e doadores privados disponibilizarem mais recursos para a conservação das espécies.

Na sessão de abertura, o secretário geral da CITES, o holandês Willem Wijnstekers alertou que a falta de recursos pode obrigar o grupo a deixar de ajudar os países em desenvolvimento "nos seus esforços de preservação das espécies".

"Se a comunidade global quer animais e plantas no mundo em desenvolvimento, então tem de partilhar os custos", disse.

Durante o encontro de doze dias, sob a égide das Nações Unidas, os delegados vão discutir os esforços para evitar o comércio de algumas espécies como elefantes, baleias, tartarugas e peixes.

Também grupos ambientais privados estão a apresentar propostas de conservação.

O principal objectivo "é garantir que nenhum animal ou planta seja alvo de exploração não sustentável", disse Wijnstekers.

Ainda durante a conferência, o Japão deverá propor a aprovação do comércio de duas espécies de baleias: a baleia-anã e a baleia-bryde.

A CITES tem uma lista de 900 espécies ameaçadas, cujo comércio é proibido, e define restrições e regulamentações para o comércio de outras quatro mil espécies de animais e 22 mil de plantas.