Vontade Indómita
O fogo e o gelo, o máximo de desejo a corresponder à maior frigidez, uma obra totalitária de King Vidor em reposição que é, em absoluto, um dos grandes filmes do ano. É uma obra erecta por uma delirante arquitectura cinematográfica, sufocada em simbologia (um constante movimento de ascensão e queda, mas uma vertigem sexual gelada) como se castigasse e manietasse as figuras no espaço. Assim, a relação entre Gary Cooper (o arquitecto individualista) e a incrível Patricia Neal, vestida de homem e de chicote nas mãos (na linhagem de personagens femininas excessivas do cinema de Vidor - mas no caso dela, o excesso está petrificado num rosto paralisado), transforma-se num combate sadomasoquista com uma pedreira por cenário.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O fogo e o gelo, o máximo de desejo a corresponder à maior frigidez, uma obra totalitária de King Vidor em reposição que é, em absoluto, um dos grandes filmes do ano. É uma obra erecta por uma delirante arquitectura cinematográfica, sufocada em simbologia (um constante movimento de ascensão e queda, mas uma vertigem sexual gelada) como se castigasse e manietasse as figuras no espaço. Assim, a relação entre Gary Cooper (o arquitecto individualista) e a incrível Patricia Neal, vestida de homem e de chicote nas mãos (na linhagem de personagens femininas excessivas do cinema de Vidor - mas no caso dela, o excesso está petrificado num rosto paralisado), transforma-se num combate sadomasoquista com uma pedreira por cenário.