Universidade de Coimbra pede mecanismos ao Governo para premiar os melhores

João Gabriel Silva tomou posse este domingo como reitor da Universidade de Coimbra para um segundo mandato de quatro anos

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Sérgio Azenha/Arquivo

O reitor da Universidade de Coimbra (UC), João Gabriel Silva, criticou este domingo o congelamento da progressão nas carreiras, defendendo que as universidades necessitam de mecanismos para distinguir "quem trabalha mais e melhor". "O Governo não pode manter indefinidamente o congelamento da progressão nas carreiras, pois, a mantê-lo, levará à sua destruição", disse o reitor na Sala dos Capelos da UC, na cerimónia de tomada de posse para um segundo mandato de quatro anos.

Segundo João Gabriel Silva, a instituição, que comemora este domingo 725 anos de existência, precisa de "contratar pessoal técnico, para repor níveis de funcionamento adequados nos serviços e para permitir aos professores que se concentrem nas tarefas que só eles podem executar". "Necessitamos urgentemente de ter mecanismos que nos permitam premiar quem trabalha mais e melhor", sublinhou. Estando "apenas uma preocupação orçamental" na base do congelamento das carreiras, "então que nos sejam permitidas progressões salariais com o nosso compromisso (...) de não aumentarmos a massa salarial total" da UC, preconizou.

"Quero renovar o meu firme compromisso de não permitir que haja despedimentos por causa das dificuldades financeiras", afirmou também o reitor, perante o claustro doutoral, estudantes e funcionários da Universidade de Coimbra, numa cerimónia em que participaram dezenas de convidados, sem direito a intervir, como o secretário de Estado do Superior, José Ferreira Gomes.

João Gabriel Silva defendeu ainda "o alargamento da base de atribuição das bolsas sociais" dos estudantes, considerando que os atuais escalões de atribuição "são demasiado baixos" e criam "grandes dificuldades a quem está apenas um pouco acima deles". "Espero que o Governo responda rapidamente a essa necessidade", referiu.

O reitor reiterou a sua aposta na internacionalização, nos próximos quatro anos, e criticou "os graves erros cometidos no recente processo de avaliação das unidades de investigação", desafiando o Governo a "corrigir os problemas graves detectados" no processo de atribuição de financiamento. "Uma avaliação mal conduzida prejudica seriamente a ciência produzida em Portugal", advertiu.

Enumerou vários projectos e obras que visam transformar a UC, criada pelo rei D. Dinis há 725 anos, numa "universidade global". "Não havendo surpresas desagradáveis, principalmente da parte do Governo, teremos acesso a financiamento suficiente para darmos grandes passos" nesse sentido, disse João Gabriel Silva.

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