Tratamento inovador da Fundação Champalimaud não é o mesmo do Barreiro

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O tratamento da Fundação só existe em outros quatro países

O tratamento de radioterapia em dose única anunciado ontem pelo director da área do cancro da Fundação Champalimaud, Carlo Greco, não é o mesmo que é administrado no serviço de radioterapia do Centro Hospitalar do Barreiro/Montijo (CHBM) há meio ano, ao contrário do que afirmou ontem à Rádio Renascença o director daquele serviço, Paulo Costa.

A Fundação Champalimaud, em declarações ao PÚBLICO, afirmou tratarem-se de "tratamentos e tecnologias diferentes". O equipamento que a fundação terá em funcionamento na Primavera do próximo ano é o "equipamento mais avançado do Mundo", existindo apenas em mais quatro países: Suécia, França, Itália e Estados Unidos da América. A máquina da fundação será ainda "equipada com ferramentas especiais que a tornarão realmente única no mundo", defende o porta-voz da fundação.

O equipamento irá possibilitar a administração de "uma radioterapia por imagem guiada, em que se faz uma TAC e o tratamento em simultâneo, que exige um elevado nível de precisão para que a dose única seja aplicada no local adequado e se torne suficiente." Desta forma, "em 10 minutos consegue-se o mesmo do que com a cirurgia, mas permitindo ao doente ir para casa de seguida", garante Carlo Greco, acrescentando que a radioterapia administrada desta forma é "indolor e não tóxica". O director da área do cancro da Fundação Champalimaud esteve envolvido nos estudos que permitiram o desenvolvimento desta técnica que é, de facto, "pioneira" no tratamento oncológico.

Independentemente das tecnologias envolvidas, em ambos os tratamentos o prognóstico para os doentes é animador. Paulo Costa afirma que os pacientes do CHBM que, desde Maio deste ano, foram sujeitos ao tratamento de radioterapia, se encontram "muito bem". Carlo Greco revelou também que as experiências já realizadas permitem concluir que o tratamento "funciona em todos os tipo de cancro, mesmo num dos mais resistentes à quimio ou radioterapia, como o do rim", adiantando que se verificou "uma taxa de sucesso de 80% deste tipo de tratamento nos casos de cancro dos rins".

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