Saúde 24 lança serviço de apoio à gripe

Desde as 8h desta segunda-feira as pessoas que liguem para o 808 24 24 24 podem optar por um atendimento apenas dedicado à gripe

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Parte dos trabalhadores que integraram esta disputa não tinha na linha Saúde 24 a sua única fonte de rendimento DANIEL ROCHA

A LCS – Linha de Cuidados de Saúde activou esta segunda-feira um plano para fazer face ao pico da gripe, que se deverá começar a fazer sentir de forma mais evidente nos próximos dias.

Desde as 8h desta segunda-feira, já é possível a todas as pessoas que liguem para o 808 24 24 24, optarem por um atendimento específico e personalizado apenas dedicado à gripe. Esta alteração ao modelo de atendimento está suportado numa tecnologia de Interactive Voice Response e permite incrementar de forma significativa a capacidade de atendimento da Linha Saúde 24.

"Independentemente de todos os mecanismos que a LCS possa por ao serviço dos cidadãos, importa reforçar a necessidade de utilização racional e não abusiva da linha", realça o Ministério da Saúde, em comunicado.

A Linha de Saúde 24 está disponível 24 horas por dia, todos os dias, através do número 808 24 24 24.

Esta linha tem registado alguns constrangimentos nos últimos dias devido aos protestos dos trabalhadores contra os despedimentos e cortes salariais. A Ordem dos Enfermeiros (OE) reagiu esta segunda-feira, em comunicado, pedindo a intervenção “imediata” do Ministério da Saúde. “Verificando-se perturbação na resposta e na qualidade do serviço prestado, deve o Ministério da Saúde intervir de imediato. Até porque o facto do serviço se encontrar adjudicado não diminui em nada a responsabilidade do Ministério da Saúde”, lê-se na nota, assinada pelo bastonário Germano Couto.

Reagindo às declarações da administração da empresa que gere a linha, que fala em alegadas situações de falta de ética de alguns enfermeiros, a OE alerta “para a necessidade de não misturar questões laborais e contratuais, com questões do foro deontológico e de regulação da profissão”.

A Ordem dos Enfermeiros defende que “as condições de subcontratação dos serviços da Linha Saúde 24 por parte do Ministério da Saúde, determinadas por critérios economicistas, não podem colocar em causa nem a acessibilidade ao serviço por parte dos cidadãos, nem a qualidade da resposta, nem mesmo as condições de exercício dos profissionais”.

A OE considera muito preocupante que o Ministério da Saúde não tenha salvaguardado no contrato realizado situações de instabilidade da equipa de enfermagem, a ausência de hierarquia e a maturidade profissional necessárias à segurança dos serviços prestados à população. Por isso, sublinha que “a Linha de Saúde 24 é um dos meios privilegiados de acessibilidade e proximidade ao Serviço Nacional de Saúde que assegura o contacto imediato entre o cidadão e um profissional de saúde (enfermeiro) permitindo por esta via o adequado encaminhamento para os serviços de saúde hospitalares ou de cuidados de saúde primários”.

A ordem lamenta que na área da saúde se façam outsourcings que implicam a contratação de profissionais de saúde “muitas vezes a um custo que pode colocar em causa a diferenciação profissional indispensável e necessária para dar resposta aos problemas dos cidadãos”. A Ordem dos Enfermeiros garante que “não deixará, em momento algum, que os cidadãos sejam impedidos de receber cuidados seguros e ao enquadramento legalmente instituído para o exercício da profissão de enfermagem, bem como não permitirá que se violem os princípios consagrados no que se refere aos direitos dos enfermeiros de usufruírem de condições de trabalho que garantam o respeito pela deontologia da profissão e pelo direito do cidadão a cuidados de enfermagem de qualidade”.

A Ordem dos Enfermeiros vai pedir esclarecimentos ao Ministro da Saúde e diz-se disponível para reunir com a administração da linha, caso a mesma assim o solicite formalmente.
 

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