Nervosismo à entrada para o exame de Português do 9.º ano: "Vai ser difícil"

A prova nacional do 3.º ciclo realiza-se nesta terça-feira em todo o país. Muitos alunos recorreram a explicações para se prepararem.

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À entrada da secundária Pedro Nunes, em Lisboa daniel rocha
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Alunos dão uma última vista de olhos na matéria de Português daniel rocha
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Finalistas do 3.º ciclo antes de entrarem na escola para fazer prova daniel rocha
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PÚBLICO falou com estudantes que tiveram explicações daniel rocha
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Para a semana é a vez do exame de Matemática daniel rocha

Madalena está com as amigas à porta da Escola Secundária Pedro Nunes, em Lisboa. Riem-se com o nervosismo típico de quem vai entrar, dentro de pouco tempo, para um exame. A prova nacional de Português do 9.º ano realiza-se nesta terça-feira em todo o país e a adolescente não tem dúvidas: “Vai ser difícil.”

Ao lado, a colega Carolina, de 15 anos, tenta ser mais optimista: “Vai ser médio.” Ambas acham que vai sair um texto para interpretar, que pode ser d’Os Lusíadas, de Camões, e “talvez” um excerto do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, para além da composição e da parte de gramática. São quase 9h e à porta desta escola juntam-se vários alunos a conversar, a dar uma última espreitadela aos livros e a fumar.

Duas amigas, que se chamam ambas Madalena, tal como a adolescente que acha que o exame vai ser difícil, contam que tiveram explicações para se prepararem para o exame. Com 14 anos, Madalena não esconde que está nervosa: “Não é por ser um exame, é por ser Português, que não é o meu forte”, explica. A meio do ano lectivo, começou a frequentar explicações a esta disciplina, uma hora por semana. Mas a aluna de 3 a Português (numa escala de 1 a 5) e de notas mais altas a outras disciplinas também estudava duas a três horas por semana em casa, sozinha. “Ela é uma marrona. Agora já não é tanto, mas ainda é”, riem-se as colegas.

Uma delas, de 15 anos, também está nervosa, mas não tanto como a amiga: “Não estou como ela. Só mesmo se o teste correr muito mal, mas isso não vai acontecer. Vamos pensar positivo. Tive explicações, estudei e fiz muitos exames dos outros anos”, justifica a aluna de 3 a Português e a línguas e de 4 a Ciências, Físico-Química e Matemática. Não é que não goste de Português e das palavras, até gosta de escrever, desde que seja “tema livre”: “Não gosto de escrever textos em que se tem de comentar uma frase, de textos argumentativos”, explica, adiantando que no 10.º ano vai escolher a área de Ciências e Tecnologias.

Também encostado à porta de entrada desta escola, no centro da cidade, está Manuel de 17 anos, que já reprovou duas vezes. O estudante, que também vai com 3 a exame – a prova conta 30% da nota final – é o único que não está nervoso. Não teve qualquer explicação, mas garante que fez exames de preparação e estudou sozinho em casa – nos últimos 15 dias, dedicou uma hora por dia a Português. “Mas o que conta é o ano todo”, ressalva. Não gosta de ler e quanto a escrever só o faz “nos testes”. Manuel olha para o telemóvel e sorri para a amiga que lhe faz companhia: “Faltam cinco minutos para as 9h. Tenho de ir.” Os estudantes apressam-se a entrar para a escola – o exame começa às 9h30, mas eles têm de estar nas salas antes.

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