Explosão em pedreira de Sesimbra não causou feridos

Estrondo foi sentido em vários locais da Península de Setúbal e da Grande Lisboa. Explosão ocorreu durante a detonação de material explosivo, que tinha autorização da PSP.

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Registo dos sinais infrasónicos em três estações sísmicas de Lisboa IPMA

Uma forte explosão ocorrida na quarta-feira, por volta das 22h30, no paiol da empresa Sobrissul, na localidade de Pedreiras, concelho de Sesimbra, não provocou vítimas mas o estrondo foi sentido em vários concelhos vizinhos, na península de Setúbal e na Grande Lisboa. Os bombeiros estiveram no local mas desmobilizaram por volta da meia-noite e o caso ficou entregue à GNR.

Nas redes sociais e ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) chegaram relatos de várias cidades nas duas margens do Tejo onde a explosão foi sentida: Setúbal, Seixal, Barreiro, Cascais, Oeiras, Loures e até Vila Franca de Xira. O IPMA diz que o evento "não gerou sinais sísmicos com energia suficiente para permitir localizar a sua origem" mas foi possível identificar em três estações sísmicas de Lisboa "sinais infrasónicos a ele associados", como se vê na imagem.

A GNR está a efectuar peritagens na pedreira para apurar as causas da explosão, ocorrida durante uma destruição programada de resíduos explosivos, e vai participar o caso ao Ministério Público, disse à Lusa fonte policial. "A GNR está a averiguar as circunstâncias em que ocorreu a explosão, a identificar as pessoas responsáveis e estão a ser feitas peritagens no local. Depois disso vamos elaborar o expediente e fazer a participação da ocorrência ao Ministério Público", disse fonte da GNR. Segundo a mesma fonte, o alerta para a explosão foi dado cerca das 22h30 e a GNR, assim que chegou ao local, criou um perímetro de segurança.

Já nesta quinta-feira a administração da Sobrissul remeteu explicações para a empresa que preparou a destruição de explosivos, a Maxampor, de Alcochete. "A Maxampor vai prestar esclarecimentos logo que seja oportuno", disse à Lusa uma funcionária da Sobrissul, que se recusou a adiantar mais informações.

Por seu lado, o presidente da Câmara de Sesimbra explicou que a explosão ocorrida na pedreira local foi "um imprevisto" e que tinha as "necessárias autorizações" da PSP. Segundo Augusto Pólvora, as regras foram cumpridas e o material, "nove mil metros de cordão detonante", foi colocado no fundo da pedreira.

"Esta operação ocorreu no fundo da pedreira. De acordo com aquilo que me disseram a explosão foi um imprevisto, porque, por norma, aquele material vai queimando", afirmou aos jornalistas, no local do acidente. O autarca disse também que a explosão programada tinha a necessária autorização da PSP e que um elemento daquela força de segurança acompanhou a operação. "O que correu mal foi ter havido a explosão", que não provocou vítimas, disse Augusto Pólvora.

Questionado pelos jornalistas sobre a falta de avisos à população sobre a explosão programada, Augusto Pólvora disse que nunca foi avisado daquelas operações. "E não sei se tinha de ser avisado e a população também", acrescentou, mas reconheceu que a explosão provocou danos em algumas casas da aldeia, nomeadamente vidros partidos.

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