Este caso não era para tribunais?

Pouco mais de um ano após o início do julgamento do caso dos submarinos, os juízes vieram dizer aos envolvidos uma coisa quase trivial: entendam-se lá fora. Baseando o veredicto na ideia de que o Estado português “dispunha de meios de controlo” e que as perícias da consultora Inteli geraram “um pré-juízo de culpa extrajudicial” (sim, a Inteli forneceu dados que apontavam para suspeita de crimes de burla e falsificação de documentos), concluíram que este caso não era para tribunais, aconselhando o Estado a resolver agora o assunto extrajudicialmente. A absolvição de todos os arguidos atirou, assim, para águas profundas a esperança de que houvesse ilícitos punidos. Visto a partir da sentença de ontem, o caso parece uma brincadeira de crianças. Mas é difícil acreditar que se resumiu a isso, pelo muito que foi dito e escrito nestes anos. Terá sido mais um jogo de adultos a iludir as boas regras. E, tristemente, sem consequências.

Sugerir correcção
Comentar