“Desencontros” deveras lamentáveis

Talvez por estarmos em vésperas de mais um 25 de Abril, sopra nos tribunais um impulso libertador. No mesmo dia em que se soube que Duarte Lima deixa de estar sujeito a prisão domiciliária, foi mandado libertar temporariamente o jovem que atacou com uma faca dois colegas e uma funcionária na Escola Secundária Stuart Carvalhais, em Massamá. Houve, ao que é dito, “um desencontro” de prazos, entre tribunais, mas esse desencontro é deveras lamentável. Porque nem a justiça é um jogo de calendário nem o jovem detido é uma bola de pingue-pongue, que se liberta e dias depois se vai mandar reinternar. Assim, em lugar de continuar internado e a receber apoio psicológico de modo a permitir a sua ajustada reintegração na sociedade, o jovem em causa tem pela frente um “intervalo” de liberdade que poderá influir negativamente no seu processo. “Desencontros” judiciais assim jogam contra todos. E todos saem a perder.
 

  

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