Os editores da TVI negaram esta quarta-feira ter sido “confrontados com qualquer espécie de censura” às suas decisões, num comunicado enviado esta quarta-feira à redacção do canal. A nota surge depois de a jornalista Ana Leal ter feito uma queixa ao conselho de redacção a denunciar que a subdirectora de Informação, Judite de Sousa, teria retirado do alinhamento do Jornal das 8 um trabalho seu e de aquele órgão ter dado razão à repórter.

Na origem do diferendo está uma peça de Ana Leal sobre a desistência do DCIAP de abrir um inquérito judicial à parceria público-privada do SIRESP - Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal, que, segundo a jornalista, não foi incluída no Jornal das 8 de 26 de Janeiro, para o qual tinha sido elaborada.

Esta quarta-feira, numa nota enviada à redacção da TVI, os editores das secções de Desporto, Economia, Internacional, Política e Sociedade reagiram à acta da última reunião do conselho de redacção, numa posição secundada pelos coordenadores de Informação do canal, Maria João Figueiredo e António Prata, e ainda pela maioria de editores de jornais e de programas de informação da TVI e TVI24.

Assegurando que exercem as suas funções “sem constrangimentos, e obedecendo sempre a critérios jornalísticos”, os signatários negam ter sido “confrontados com qualquer espécie de censura” e, se algum dia isso acontecer, serão os “primeiros a denunciá-la”.

A nota lamenta que “questões internas da redacção da TVI” tenham sido noticiadas, uma situação que consideram contribuir “para a descredibilização do trabalho” da estação.

Ana Leal apresentou uma queixa ao conselho de redacção a indicar que a peça fora retirada do alinhamento por ordem de Judite Sousa e que não foi exibida como estaria previsto. A TVI reagiu à acusação pouco depois, assegurando que a peça foi para o ar, mas no dia seguinte, no programa 25.ª Hora, na TVI24.

Analisado o caso, o conselho de redacção considerou que o caso denunciado por Ana Leal "afectou a credibilidade da TVI" e colocou-se ao lado da repórter, argumentando que os jornalistas têm o direito de defender o seu trabalho e de receberem "uma explicação quando o seu trabalho não vai para o ar".