Bispo do Porto diz que portugueses precisam de respostas para a crise

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Manuel Clemente prefere coligação entre PSD-CDS e o PS Adriano Miranda

O bispo do Porto, Manuel Clemente, disse nesta segunda-feira que os portugueses precisam de respostas para a crise, e considerou as manifestações de sábado, em todo o país, um sinal de vitalidade.

Manuel Clemente, que participou no debate do Centro de Estudos Judiciários subordinado ao tema “Justiça e Sociedade”, ressalvou “a maneira civilizada dos cidadãos” se manifestarem, e sustentou que “eles precisam de respostas, sejam elas dadas cá, a nível europeu e internacional”.

Salientando as manifestações “como sinais de uma sociedade viva”, o bispo sustentou que “as dificuldades são muitas” e “os factores são tão complexos, que tudo isto requer uma outra pedagogia”.

“Uma outra explicação de quem nos possa explicar as metas, os prazos - se é que eles se podem prever -, os modos, porque senão ficamos assim irrequietos, e é natural que nos manifestemos”, sublinhou.

O eclesiástico sublinhou que, “quer nestas manifestações, quer no trabalho do dia-a-dia de quem tem de governar ou de quem tem de gerir empresas, de ensinar, investigar e encontrar maneiras para ultrapassar a situação”, tem de haver maneiras que expliquem a situação em que o país se encontra.

“Em termos de valores, concretamente nestes últimos anos, estas mesmas dificuldades têm trazido à tona da água valores importantes, como solidariedade e compromisso, e isso tudo nos interpela muito sobre a maneira de ser uns com os outros, também em termos políticos e de cidadania. É preciso ser diferente, melhor, pedagógico, comprometido. Ninguém pode ficar de fora deste processo que temos em curso”, alertou.

Manuel Clemente frisou “a manifestação saudável de uma sociedade que não desiste e procura”, e regozijou-se por tudo ter “acontecido de maneira muito civilizada”.

O bispo do Porto salientou ainda que, em tempo de austeridade, “há direitos fundamentais que não podem ser postos em causa”, mas assinalou que “têm de ser viabilizados, porque necessitam de possibilidades concretas, materiais para se exercerem”.

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