UE tem de “ser útil às vidas” dos cidadãos, defende Costa

Aliança entre Portugal e Reino Unido é "a mais antiga aliança do mundo" e "prosseguirá muito para além daquilo que será a saída do Reino Unido da União Europeia.

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Miguel Manso

“Ver partir um dos principais Estados-membros da União Europeia (UE) não é uma boa notícia. Mas esta má notícia tem de ser interpretada devidamente. Não para uma depressão colectiva. É preciso ver a mensagem que os cidadãos europeus repetidamente têm dado: a União Europeia tem de ser útil às suas vidas”, afirmou o primeiro-ministro, António Costa, assumindo um tom crítico das orientações que têm predominado na União Europeia, ao reagir à saída do Reino Unido da comunidade europeia.

Quanto a Portugal e falando À Lusa, António Costa defendeu que o país tem “com o Reino Unido a mais antiga aliança do mundo e que prosseguirá muito para além daquilo que será a saída do Reino Unido da União Europeia”. Por outro lado, sublinhou que Portugal “tudo fará para assegurar todos os direitos da comunidade portuguesa no Reino Unido” e que também serão garantidos “todos os direitos dos cidadãos britânicos que vivem, visitam ou investem em Portugal”.

Desenvolvendo a sua posição sobre o “Brexit”, António Costa classificou o dia 23 de Julho como “um dia triste para a União Europeia”, mas sublinhou que “deve ser uma oportunidade para os 27 países da União Europeia reflectirem sobre o que significam estes resultados e a necessidade que temos de responder aos anseios dos cidadãos da Europa”.

E questionado sobre se não teme um efeito dominó com outros países a manifestarem vontade de sair da comunidade europeia, Costa considerou: “Este é o momento de dar um sinal muito claro aos cidadãos europeus que o caminho não é a desintegração”.

O primeiro-ministro sublinhou que “estes resultados devem levar os europeus a meditar” e sobre o facto de os mercados poderem ficar mais voláteis e reconheceu que podem surgir dias de “alguma perturbação”, mas mostrou-se optimista.

“Temos as necessidades de financiamento asseguradas até 2017. O Banco Central Europeu já deu declarações de que está preparado para enfrentar este cenário”, referiu, antes de desejar que o próximo conselho da União Europeia, que se realiza na terça-feira seja “uma boa oportunidade” para os Estados-membros que desejam “prosseguir com o projecto europeu” reflictam.

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