Sócrates: “Um Governo sem orçamento aprovado não tem condições para Governar”

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Sócrates frisou aquilo que Silva Pereira já tinha dito sobre um cenário de não aprovação do orçamento Miguel Manso

José Sócrates afirmou hoje em Nova Iorque que, acso não haja um entendimento com a oposição em relação ao orçamento de Estado, que o executivo “não tem condições para Governar”.

Sócrates, que falava à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em que participou, refere que apesar do Governo ter pedido cooperação a todos os partidos da oposição, que acusa de não quererem cooperar na partilha de responsabilidade inerente à Governação.

“Parece-me que decorre do bom senso politico que quando um Governo não tem um orçamento aprovado não tem condições para governar, ainda mais num momento destes. Espero que todos os port ugueses compreendam: eu aceito governar, apesar de todos os partidos, nenhum deles querer partilhar a responsabilidade de governar. O Partido Socialista, que ganhou as eleições, convidou todos os outros para acordos e para coligações. nenhum deles quer partilhar a responsabilidade da governação e eu compreendo porq uê. Porque essa responsabilidade é muito exigente”.

Sócrates acusa ainda o líder social-democrata Pedro Passos Coelho de não aceitar a proposta de redução das deduções e benefícios fiscais propostas pelo Governo para este orçamento, que, segundo o primeiro-ministro, já constavam do programa do Governo.

Eu pedi uma conversa ao líder do PSD, propus ao líder do PSD uma negociação prévia do orçamento, que acho que era necessária e boa para o nosso pais. Propus uma discussão prévia, em que ambos procurássemos um compromisso, por exemplo em relação aos benefícios fiscais - isso está no programa de Governo, que nós deveríamos ter limites às deduções fiscais e aos benefícios fiscais por parte daqueles que têm maiores rendimentos. Infelizmente a resposta foi negativa.”

O chefe de Governo negou contudo que a discórdia com o principal partido da oposição em torno do orçamento de Estado se centre na carga fiscal e que aceitou, na conversa com Passos Coelho, que o ponto nevrálgico do orçamento fosse a redução da despesa. “Mas não aceito a ideia de que tudo deve ser feito apenas à custa da redução da despesa, excluindo outras opções politicas”.

Sobre o facto de Cavaco Silva ter chamado os partidos para consulta na próxima semana, Sócrates afirmou: "Não é ao Presidente que compete fazer governos, não é ao Presidente que compete resolver os problemas. Isso compete aos partidos. Lamento que os partidos se tenham colocado na posição que agora exige que o senhor Presidente vá fazer consultas."

Notícia substituída às 18h48
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